SUA CONEXÃO

terça-feira, 14 de setembro de 2010

AVISO EM VOTAR CERTO ! FERREIRA GULAR

Ferreira Gullar,

FSP, 07-09-2010.

FAZ MUITOS ANOS já que não pertenço a nenhum partido político, muito embora
me preocupe todo o tempo com os problemas do país e, na medida do possível,
procure contribuir para o entendimento do que ocorre. Em função disso,
formulo opiniões sobre os políticos e os partidos, buscando sempre examinar
os fatos com objetividade.

Minha história com o PT é indicativa desse esforço por ver as coisas
objetivamente. Na época em que se discutia o nascimento desse novo partido,
alguns companheiros do Partido Comunista opunham-se drasticamente à sua
criação, enquanto eu argumentava a favor, por considerar positivo um novo
partido de trabalhadores. Alegava eu que, se nós, comunas, não havíamos
conseguido ganhar a adesão da classe operária, devíamos apoiar o novo
partido que pretendia fazê-lo e, quem sabe, o conseguiria.

Lembro-me do entusiasmo de Mário Pedrosa por Lula, em quem via o renascer da
luta proletária, paixão de sua juventude. Durante a campanha pela Frente
Ampla, numa reunião no Teatro Casa Grande, pela primeira vez pude ver e
ouvir Lula discursar.

Não gostei muito do tom raivoso do seu discurso e, especialmente, por ter
acusado "essa gente de Ipanema" de dar força à ditadura militar, quando os
organizadores daquela manifestação -como grande parte da intelectualidade
que lutava contra o regime militar- ou moravam em Ipanema ou frequentavam
sua praia e seus bares. Pouco depois, o torneiro mecânico do ABC passou a
namorar uma jovem senhora da alta burguesia carioca.

Não foi isso, porém, que me fez mudar de opinião sobre o PT, mas o que veio
depois: negar-se a assinar a Constituição de 1988, opor-se ferozmente a
todos os governos que se seguiram ao fim da ditadura -o de Sarney, o de
Collor, o de Itamar, o de FHC. Os poucos petistas que votaram pela eleição
de Tancredo foram punidos. Erundina, por ter aceito o convite de Itamar para
integrar seu ministério, foi expulsa.

Durante o governo FHC, a coisa se tornou ainda pior: Lula denunciou o Plano
Real como uma mera jogada eleitoreira e orientou seu partido para votar
contra todas as propostas que introduziam importantes mudanças na vida do
país. Os petistas votaram contra a Lei de Responsabilidade Fiscal e, ao
perderem no Congresso, entraram com uma ação no Supremo a fim de anulá-la.
As privatizações foram satanizadas, inclusive a da Telefônica, graças à qual
hoje todo cidadão brasileiro possui telefone. E tudo isso em nome de um
esquerdismo vazio e ultrapassado, já que programa de governo o PT nunca
teve.

Ao chegar à presidência da República, Lula adotou os programas contra os
quais batalhara anos a fio. Não obstante, para espanto meu e de muita gente,
conquistou enorme popularidade e, agora, ameaça eleger para governar o país
uma senhora, até bem pouco desconhecida de todos, que nada realizou ao longo
de sua obscura carreira política.

No polo oposto da disputa está José Serra, homem público, de todos conhecido
por seu desempenho ao longo das décadas e por capacidade realizadora
comprovada. Enquanto ele apresenta ao eleitor uma ampla lista de realizações
indiscutivelmente importantes, no plano da educação, da saúde, da ampliação
dos direitos do trabalhador e da cidadania, Dilma nada tem a mostrar, uma
vez que sua candidatura é tão simplesmente uma invenção do presidente Lula,
que a tirou da cartola, como ilusionista de circo que sabe muito bem enganar
a plateia.

A possibilidade da eleição dela é bastante preocupante, porque seria a
vitória da demagogia e da farsa sobre a competência e a dedicação à coisa
pública. Foi Serra quem introduziu no Brasil o medicamento genérico; tornou
amplo e efetivo o tratamento das pessoas contaminadas pelo vírus da Aids, o
que lhe valeu o reconhecimento internacional. Suas realizações, como
prefeito e governador, são provas de indiscutível competência. E Dilma, o
que a habilita a exercer a Presidência da República? Nada, a não ser a
palavra de Lula, que, por razões óbvias, não merece crédito.

O povo nem sempre acerta.

Por duas vezes, o Brasil elegeu presidentes surgidos do nada - Jânio e
Collor. O resultado foi desastroso.

Acha que vale a pena correr de novo esse risco?

OBS.: MAS... O POVO É BURRO DE ENTENDER ISSO ! Se vende por uma dentadura mal feita e um bolo de niver feito em padaria cheia de moscas e baratas, em resumo se nvende em troca de uma migalha qualquer !

Nenhum comentário:

Postar um comentário