Estava ontem no computador a trabalhar em algo que necessitava ser concluído, já depois do jantar, quando senti um chamado para me recolher. Fingi que não ouvi, pois aquele era um trabalho que tinha mesmo que ser terminado e continuei. Não é uma coisa aconselhavel de ser feita, pois quando fingimos que não ouvimos um chamado o mais certo é acontecer na nossa vida algum tipo de cataclismo, o que não foi o caso, no entanto. A coisa foi mais suave, pois de repente a ligação à internet, e eu uso net móvel, ficou com o sinal excessivamente fraco o que impedia que o trabalho pudesse ser realizado. Coisa estranha por morar numa zona perto da cidade. Algo em mim que observava tudo isto, reconheceu de imediato o que tinha que ser feito, mas a outra parte insistia em ficar, na esperança que o sinal regressasse e o trabalho pudesse finalmente ser concluido. Assim não foi... o sinal não voltou e, resignado e derrotado, lá fui-me recolher.
Deitei-me então, embora sem sono. A mente ainda continuava às voltas com o trabalho, silenciando apenas diante da imagem com que abro este artigo e que surgiu mentalmente. E assim fiquei por alguns momentos. No início nada percebi do seu significado, mas internamente era como se a Alma estivesse a ser instruida e pelo canal intuitivo a informação sobre a imagem começou a chegar.
Percebi então, como conhecimento imediato e automático, que não foi construído pelo raciocínio nem pela análise dos fragamentos armazenados na memória, que aquela imagem simbolizava todo o processo vivido à dois mil anos atrás. Que o círculo representava os doze apóstolos, o triângulo as três Marias e o ponto no centro do triângulo simbolizava Jesus.
Podia perceber, enquanto observava na mente a imagem que permanecia, o quando temos estado equivocados em relação à geometria dessa programação, pois sempre vimos Jesus e os doze apóstolos como o coração da tarefa, quando na realidade esse coração sempre foi Jesus e as três Marias. Maria sua mãe, Maria sua irmã e Maria a sua companheira.
Era neste triângulo, como energia, que estava a sustentação de toda a tarefa. E era nestes três seres, nas três Marias que sempre o acompanharam, - quem estava aos seus pés na cruz era o triângulo e não o círculo é imporante lembrar-, que estava a força de Jesus, o seu alento, a sua raiz, a sua base sobre a qual ele, homem como todos nós, poderia vencer os seus medos, inseguranças, dúvidas e fraquezas. Era ali que ele repousava e ganhava força para continuar a tarefa enquanto homem, era ali que se nutria dessa seiva universal de Vida e Abundância vinda da grande Mãe enquanto Alma. Foi este tringulo que lhe deu a coragem e a força para enfrentar o deserto onde ele teve que estar olhos nos olhos com o Medo dentro de si, com os seus próprios demónios, com o seu próprio Ego que ali se desfez.
A imagem continuava viva na mente, como que querendo ser desvelada. Comecei então a contar os elementos ali representados e, de forma um tanto superficial, cheguei ao número 16. Mas algo em mim pedia para que olhasse com mais atenção, querendo mostrar-me que não eram 16 os elementos representados naquela geometria mas sim 14, pois o triângulo formado pelas três Marias era na verdade uma só realidade, a expressão em três níveis da mesma energia, mesmo que representada externamente por três seres distintos. Essa energia era a energia feminina, a Shakti universal, o cálice que serviria de base à grande cerimónia.
Pude perceber também que Jesus no centro representava o vinho que iria preencher esse cálice, ainda não feito Graal até ao momento em que sobre Jesus descesse o Cristo e aquele vinho se tornasse sangue. Então sim, o cálice feito Graal poderia finalmente irradiar o Espírito Santo, como a alquímia resultante do encontro do Céu com a Terra.
E daquele par alquímico representado pelo ponto e pelo triângulo, - o verdadeiro coração da tarefa que hoje continua a ser o que sempre foi, pois ainda não está concluida, - surgirá a pomba do Espírito que se santificará através da matéria, elevando-a até à sua consumação no PAI.
No final deixei de ver o círculo, ficando apenas o triângulo e o ponto no seu centro. Ali estava o Imaculado Coração, de Maria (marias) e de Jesus.
PAX,
Pedro Elias
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