No dia 27 de março, das 20h30 às 21h30, milhares de casas em todo o mundo ficarão às escuras - voluntariamente - por 60 minutos. O movimento Hora do Planeta, promovido pelo WWF - Worldwide Fund for Nature -, ONG ambientalista de relevância mundial, convida governos, empresas e civis a protestarem contra os efeitos das mudanças climáticas na Terra. Para ajudar a campanha basta apagar as luzes da sua casa durante uma hora.
O Brasil participa pela segunda vez do ato simbólico e, este ano, a cidade do Rio de Janeiro foi eleita a sede do movimento. Entre outros locais, serão apagados o Cristo Redentor, Praia de Copacabana, Arpoador, Igreja da Penha, Jockey Club e Pão de Açúcar. "Nosso desafio é ser uma das cidades com maior adesão à Hora do Planeta em todo mundo", destacou Carlos Osório, Secretário Municipal de Conservação e Serviços Públicos. O Ministério do Meio Ambiente também apoiará a iniciativa do WWF.
"A Hora do Planeta é um gesto de engajamento, no qual cada um deve fazer a sua parte para um futuro melhor. Será uma demonstração da nossa paixão pelas pessoas, pela solução, pela conservação do planeta e, principalmente, pela vida", afirma o presidente do Conselho Diretor do WWF-Brasil, Álvaro de Souza. Mais informações no site da WWF.
Em dezembro de 2009, vários países comprometidos com o planeta, em meio a grande polêmica e opiniões divergentes, assinaram um acordo internacional na tentativa de manter o aquecimento global abaixo dos 2ºC. A 15ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, na Dinamarca, buscou sobretudo alertar os governos para reduzirem drasticamente as emissões de gases causadores do efeito estufa.
Energia no Brasil No Brasil, o desmatamento da Amazônia e do Cerrado é responsável por 75% das emissões de gás carbônico, o principal responsável pelo aquecimento global. Essa estatística já colocou o Brasil em 6º lugar no ranking dos países que mais poluem, segundo dados da ONU de 2004. Mas não é só o desmatamento florestal que contribui para o aquecimento do planeta. As fontes de energia também são altamente poluentes. Com 87% da sua matriz energética provenientes de hidroelétricas, o Brasil está à beira de um colapso, devido ao baixo nível dos reservatórios nas usinas do Sudeste. Para atender a demanda por energia, o governo prevê triplicar a emissão de CO2 com a criação de 82 novas unidades termelétricas movidas por combustível fóssil. Os dados coletados pela Empresa de Planejamento Energético, vinculada ao Ministério de Minas e Energia, indicam que a expansão energética no país caminha na contramão dos esforços para minimizar os efeitos do aquecimento global. O pré-sal e a exploração do petróleo também significam um retrocesso, já que muita gasolina será produzida. As hidroelétricas, usinas que menos poluem, continuam sendo a melhor opção. Investir em fontes alternativas, como a energia eólica, e aumentar a eficiência da produção são cruciais. Estima-se que 16,1% de toda a eletricidade gerada no país sejam desperdiçadas. Preocupação com o futuro No mundo, os maiores consumidores de energia são os Estados Unidos, China e Índia. Segundo dados divulgados no ano passado pela consultoria Ernst Young em parceria com a FGV Projetos, da Fundação Getúlio Vargas, as imensas reservas de carvão do país asiático deverão colocá-lo em primeiro lugar no ranking de países emissores de CO2 em 2015. As previsões também indicam que a China será o maior consumidor de energia em 2010. O Brasil passará da 11ª posição a 7ª nos próximos 22 anos, de acordo com o estudo. Os norte-americanos continuam, no entanto, em primeiro lugar quando o assunto é poluição por habitante. As emissões por indivíduo dos Estados Unidos são quatro vezes maiores do que as da China, mesmo com uma população muito menor. As formas de energia mais utilizadas por lá são o petróleo, o gás natural e o carvão, fontes altamente poluentes. Uma das metas do novo presidente norte-americano Barack Obama é optar por matrizes energéticas mais limpas e, assim, diminuir a emissão de CO2.
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