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A Minissaia e a Liberdade à Brasileira
Adriana Berger(*)
Voltei preocupada com a teoria e a prática que se alastram pelo nosso país: o da liberdade à brasileira. Pelo que vi em grandes e pequenas cidades, o Brasil passa por um momento de grande licenciosidade, vulgaridade, superficialidade, besteirol. Vi meninas dançando em cima de garrafas. Sexo aberto em bailes e shows. Em novelas, programas de entretenimento, o corpo da mulher é usado e abusado. Noventa por cento da programação nacional da TV aberta é sobre cirurgia plástica, cosméticos, penteados, fofocas, brigas domésticas, rezas e “curas”, receitas, remédios, cães e bichos, violência. Piadas, de bêbado e homossexual.
“Psicólogos”, “conselheiras” sentimentais e familiares usam sofrimentos de pessoas em programas sensacionalistas. Há “formadores de opinião” para qualquer assunto. Afirmo, sem medo de errar, que nós precisamos é de formadores de caráter. Há um grande apagão cultural. É como se todos estivessem sonâmbulos. Não se discute nada de profundo, alternativas para o país. A juventude sem sonhos e poesia não tem em quê ou em quem se inspirar. Contrabando é crime, mas, artigos contrabandeados são vendidos nas ruas na cara da polícia.
O cerrado e a floresta, mais destruídos. As cidades em colapso no trânsito e na urbanidade. Crime e violência por toda parte. Milhões de brasileiros nas filas de atendimento da péssima saúde pública. O Brasil continua exportando matéria-prima e importando bugigangas. Baixa produção científica e tecnológica. Cada vez menos formandos em matemática, engenharias, física, química, biologia, ciências exatas. Se escolas e universidades se comportassem como instituições a formar cidadãos para o equilíbrio social e moral do país discussões públicas velhas e exageradas como essa da minissaia em universidade paulista não prosperaria.
O X da questão não está na altura da saia rosa-choque da aluna, mas como, onde e por que foi usada. O que fez parte da imprensa “séria” onde microfones e páginas estão nas mãos de “formadores de opinião”? Usou o assunto para aumentar audiência e tiragem. Isto é critica a Uniban por seu interesse mercantilista. O que fez a revista ao dar capa à minissaia com reportagem cheia de frases do movimento feminista dos anos 60/70? Nenhuma palavra sobre regras, normas, comportamento nas escolas, em sala de aula, respeito mútuo. Destacaram mulheres com os seios de fora em Brasília, defensoras da garota da capa.
A star is born (Nasce uma estrela). Com apoio da TV Globo nasce uma estrela nos costumes e no showbiz brasileiro.
O cenário se repete. A moça já foi convidada para posar nua. Vai desfilar na escola de samba Porto da Pedra. Em breve poderá ter seu espaço televisivo e ser mais uma formadora de opinião. No programa "Altas Horas" ela sentou-se na cadeira da fama, mas de jeans. Mandou recado para milhões de garotas: “a roupa é minha, visto como quiser, às sextas sempre vou a baladas e já saio de casa vestida e não devo satisfação a ninguém, aquele vestido é um dos mais discretos que uso”. Recebeu apoio de universitárias de Brasília com os seios à mostra: “se quiser ir nua que vá é a liberdade de cada um, o corpo é meu, ninguém tem nada com isso”. O apresentador do programa com cara de pateta, cercado por estudantes-tietes achando-se o máximo por promover a “liberdade”.
Uma aluna de minissaia, saltos altos, super maquiada, produzida para baladas, em aula noturna, no meio de marmanjos, ou está com problemas de aceitação, chamando atenção para ser notada; ou não sabe a diferença entre o vulgar e o popular; ou esta querendo bagunçar com um confronto premeditado. Nas escolas do mundo todo há normas, uniformes, regras de comportamento onde muçulmanos, cristãos, budistas, ateus, ricos e pobres, educam jovens que continuarão a defender valores e princípios de seus povos e países.
Psicólogos, professores, ao perceberem o comportamento da aluna deveriam ter conversado com ela, orientá-la, ajudá-la a superar fobias e rejeições. Não o fizeram. A reação de estudantes foi desmedida, vazia de conteúdo. Sem instituições sólidas, cria-se a liberdade à brasileira. Em que ou em quem se espelha a aluna do microvestido? O que tem aprendido em ética, valores, comportamento e convivência social? O que ela ouve e vê a seu redor?
“Sou livre, visto o que quiser a hora que quiser”.
Num país sem retentores morais, com apatia política e cultural, sem critérios, a garota não tem a quem responder ou dar satisfação. Nem em casa, nem na escola, nem à sociedade, nem ao país. “Se, juiz e desembargador podem, eu posso; se deputado e senador fazem, eu também posso fazer; se o presidente, seus ministros, o prefeito, podem, eu também posso”.
A TV incentiva quebradores de regras.
Cria espaço para mulher-melancia, samambaia, melão, morango. Popozudas ensinam danças, abrem as nádegas e, se abaixam, para mostrar mais. O programa Fantástico da TV Globo no dia 15 de novembro entrou em milhões de lares promovendo o livro e o filme da ex-prostituta Surfistinha, a garota da mina saia e o concurso Menina Fantástico. A Proclamação da República, data histórica do povo brasileiro não interessa.
Não dá IBOPE.
Em dez minutos, a TV Globo daria a milhões de jovens uma necessária aula da queda do império, a velha República, a era Vargas, JK, a ditadura militar e em 15 de novembro de 1989 a Nova República. Estão rasgando páginas de nossa história. A memória nacional se extingue. Com tanta notícia que precisa ser dado ao povo o noticiário noturno (Globo), no dia 16/11, se despediu destacando prostituta de notícia velha de tablóide inglês. O que ensina e estimula a mais rica e poderosa escola do Brasil?
Não há na TV aberta brasileira (concessão pública) incentivo ao cumprimento de leis, a regras de respeito mútuo, à solidariedade e cooperação. Destaques, astros e estrelas, são os da marginalidade, corruptos bem-sucedidos, políticos mentirosos, os da sexualidade vulgar.
Meu querido Brasil:
rico por natureza, mas pobre de cidadania, princípios e ética.
****
(*)professora de História e Literatura Brasileira. Vive em Miami, Flórida.
NOTA: O fato é o seguinte :
Sei de um caso em que uma mulher que vive junto de um gay
que andava com outro gay rico e que depois de morrer
os namorados desse senhor, foram ao outro
apartamento dele ver onde estava o
testamento do que morreu...
Essa mulher se juntou a esse gay e hoje em dia
quer ser chamada de senhora ?!?
Os empregados desse prédio onde eles
moram sabem da vida pregressa deles.
Tem um ditado:
QUER SER RESPEITADO/A ?
RESPEITE AOS OUTROS E SE DÊ AO RESPEITO
SEM NADA TER A DESEJAR PERANTE AOS OUTROS.
LEMBRO QUE: TODOS MERECEM RESPEITO MAS,
RESPEITE PRIMEIRO PARA SER RESPEITADO/A.
POR QUE, NO CASO DESSA MULHER,
NESSE EXEMPLO QUE DEI.......
NÃO PASSA DE SER UMA BISCATEIRA !
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