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domingo, 4 de outubro de 2009

PROJETO JOVENS ILUSTRADORES

Projeto Jovens ilustradores

Natureza retratada através da pintura

Os seis adolescentes e um professor vencedores do concurso "Jovens Ilustradores" mostram a ilustração que fizeram a partir de espécies da mata atlântica. Foto: Divulgação/Alaor Filho


Espécies da Mata Atlântica foram eternizadas por seis jovens e um professor, no último fim de semana, no Espírito Santo. Eles venceram o concurso “Jovens Ilustradores”, promovido pela empresa Vale, e tiveram a missão de retratar a natureza através da pintura. O trabalho dos artistas será transformado em sete selos e fará parte de uma exposição em 2010.

Os adolescentes de Rio de Janeiro, Minas Gerais, Maranhão, Sergipe, Espírito Santo e Pará chegaram à Reserva Natural da Vale, no último dia 24. Coordenados pela ilustradora botânica Dulce Nascimento, os jovens observaram seis espécies da Mata Atlântica, existentes na reserva, e uma recém-descoberta. Inspirados pela natureza, eles aprenderam a técnica de representar as plantas de forma científica.

Perfeição científica
— A ilustração botânica não admite invenção. O artista tem que respeitar o que ele vê, retratar a folha na forma que ela tem. É um trabalho que atende, sobretudo, a ciência, mas acaba ficando bonito, porque a natureza é bela e colorida — afirmou.

Mesmo quem sempre foi apaixonado pelo desenho, enfrentou as dificuldades vividas pelos ilustradores. O carioca Willian Amaral da Silva, de 15 anos, conta que teve trabalho para reproduzir a nova espécie da Mata Atlântica.

— Tive que usar uma foto, porque a espécie não estava dando flor, e reproduzir a folhagem em tamanho real. Foi difícil, a planta é muito trabalhada — disse Willian, que deseja se tornar um artista plástico.

Durante os quatro dias que passaram na Reserva Vale, os jovens conheceram o trabalho de preservação da mata atlântica. Foto: Letícia Vieira


Além do aprendizado das técnicas de pintura, os jovens ilustradores experimentaram o que é viver perto da natureza. Durante os quatro dias que passaram em Linhares, os vencedores do projeto conheceram o viveiro de mudas, conheceram o Pequi-Vinagreiro, uma árvore de 300 anos, aprenderam sobre o trabalho de recuperação de áreas devastadas e visitaram um museu que mostra a história da Mata Atlântica.

— Vou aprender a preservar a natureza — afirmou a sergipana Poliana Honório, de 16 anos.

O trabalho dos sete vencedores se transformará em 30 mil selos. Em 2010, as ilustrações também vão percorrer o Brasil, numa exposição que passará por 17 cidades do Sudeste, Norte e Nordeste. Desenhos de escolas participantes do projeto também serão apresentados na exposição.

Talento que vence dificuldades
Até chegar ao Espírito Santo, os jovens ilustradores tiveram que superar a longa distância e as dificuldades financeiras. A maior parte dos adolescentes mora em cidades do interior do país ou em áreas de risco. Em Açailândia, um município do Maranhão, de 105 mil habitantes, as únicas oportunidades de Luiz Carlos Conceição, de 19 anos, seriam o trabalho no comércio ou na transformação de minério em ferro guza. O talento do jovem tem desenhado, no entanto, um futuro diferente.

— Aprendi muito aqui (em Linhares) e quero levar o que aprendi aos meus colegas de escola e para os meus irmãos. Posso começar a fazer desenhos para estampar camisas e quem sabe ser ilustrador botânico — afirma Luiz Carlos.

Durante três dias, os jovens produziram ilustrações de espécies da Mata Atlântica da Reserva Vale, em Linhares. Foto: Letícia Vieira

O representantes capixaba e carioca, Luiz Felipe Costa e William Amaral da Silva, moram em comunidades dominadas pela violência, mas superaram os problemas através da arte. Já o jovem professor de arte, Fabrício Lagos, de 24 anos, venceu a distância da cidade paraense de Paragominas, para mostrar sua arte. Além da nova técnica de ilustração botânica, Fabrício tem um motivo especial para nunca esquecer a experiência. Dono de uma coleção de 2 mil selos, o professor vai ganhar um exemplar com seu próprio desenho:

— Fiquei muito feliz quando soube que meu trabalho ia virar um selo. Vou mandá-lo para o meu avô, que mora em Honduras e também é colecionador.

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