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sábado, 21 de novembro de 2009

Loura Sinistra

Ex-chacrete Marlene Morbeck faz show pela internet e cobra em dólar...

Foto de Wania Corredo

Marlene Morbeck, a ex-chacrete Loura Sinistra, como era chamada por Chacrinha, aprendeu bem a lição do Velho Guerreiro: “quem não se comunica se trumbica”. Aos 60 anos, Marlene divulga seu trabalho como cantora pela internet. Ela tem um canal no YouTube e perfis no Orkut, MySpace, Facebook e Twitter, além de comunidades, MSN e blog. Com dois álbuns lançados e um sendo preparado, Marlene se corresponde com seus fãs e faz shows pela rede mundial de computadores desde 2004. Mediante pagamento de US$ 2,49 por minuto, ela se arruma e liga sua webcam para conversar, cantar, tocar violão e mostrar fotos de sua carreira.

— A pessoa entra no site e me manda um e-mail dizendo que quer me ver. Mas ela não vai me ouvir sem me pagar. Aí entram os dólares — conta Marlene, que fatura de US$ 300 a US$ 500 por apresentação. — Sites americanos e japoneses já abraçaram meus vídeos. Com webcam, você pode falar com as pessoas. Se é para conversar, eu bato papo. Se é para aparecer, eu cobro.

Atriz, dançarina, rainha do carnaval, figurinista e bacharel em artes cênicas, Marlene, uma das chacretes mais famosas do programa de Abelardo Barbosa, decidiu ser cantora depois da sua aposentadoria, em 1992. Ela foi incentivada por Tim Maia, que a ensinou a tocar violão.

— Tim Maia me pediu em casamento durante 30 anos. Para onde eu me mudava, ele ia atrás de mim. Ele foi um grande amigo. Falava que eu devia voltar aos palcos e me ensinou os primeiros acordes — lembra a cantora, que desde 2000 mora nos Estados Unidos com seu marido americano.

Marlene está ligada à música desde criança, quando participava com sua mãe de peças religiosas. Hoje ela é intérprete e compositora de canções em português e em inglês que vão do rock ao samba, além de ter seu próprio selo.

— No início, fazia shows para ganhar nada. Muitos eram beneficentes. E as gravadoras priorizam os jovens. Tenho consciência da minha idade, por isso voltei meu trabalho para a internet. Na televisão, você fica limitado. A internet não tem limite. O mundo inteiro te vê — diz Marlene.

Foto de Wania Corredo

A carreira artística da ex-chacrete — do teatro religioso à música, passando pela Discoteca do Chacrinha e pelo universo do figurino — está retratada na exposição “Marlene Morbeck: 40 anos de Historia da Televisão Brasileira.” Até o dia 24, quem passar pela estação Cantagalo de metrô vai poder conferir a trajetória de Marlene em fotos que mostram bastidores do programa do Velho Guerreiro e figurinos do programa, entre outras imagens.

Marlene começou a carreira na televisão aos 13 anos de idade. Sua primeira novela foi “O Sheik de Agadir”. Além de telenovelas, Marlene também participou de produções humorísticas. Foi nessa época que recebeu o convite para ser chacrete:

— Quando eu fazia “Balança mas não cai”, Chacrinha me encontrou no corredor e falou: “quero essa loura no meu programa”.

Ela explica que seu nome de chacrete surgiu das brincadeiras de Abelardo Barbosa no palco:

— Chacrinha botava apelido em todo mundo. Ele brincada com a plateia: “quer casar com a lourinha ou com a moreninha? A Loura Sinistra quando passou pelo Viaduto do Chá matou mais de cem” — lembra Marlene.

Assista a um dos clipes feitos por Marlene.

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