Polícia e Tribunal de Justiça 'derrubam' 52 árvores por dia
Isabel Boechat - Extra
RIO - Assaltos a prédios, roubos de carros, saidinhas de banco, tráfico de drogas, homicídios.... Haja papel para tanto crime! Não é à toa que o consumo do material precioso - utilizado no registro de crimes, inquéritos e arquivamento de processos - alcança níveis estratosféricos e, para alguns especialistas, muitas vezes desnecessários.
Nas 186 delegacias e no Tribunal de Justiça, gasta-se muito. E como o papel é produzido a partir da madeira, da qual são extraídas fibras de celulose, podemos dizer que as delegacias do Rio consomem, por dia, o equivalente a cerca de cinco árvores e o Fórum da capital, 47.
Isto porque, segundo estudiosos, uma árvore produz, em média, 21 resmas de papel - o que equivale a 10.500 folhas virgens. Segundo a Assessoria de Controle e Planejamento da Polícia Civil, são impressos nas delegacias, por dia, uma média de 54.685 folhas de registros ou inquéritos. De acordo com dados do Tribunal de Justiça, o Fórum da capital consome mais de meio milhão de folhas de papel por dia. Isso sem contar as cópias tiradas pelos advogados, por promotores e por outras pessoas nas máquinas de xerox espalhadas pelo tribunal.
" Para um furto de celular simples são necessários, no mínimo, quatro folhas de papel, uma capa de papelão e mais quatro folhas de cópia para a vítima levar consigo. Tudo isso para quê? "
Para frear tanto gasto, a Justiça e a Polícia Civil apostam na informatização e na digitalização das informações. Os órgãos públicos já começam a implantar medidas para a diminuição do consumo de papel em suas unidades, mas a luta pela preservação do meio ambiente está longe de chegar ao fim.
- Para um furto de celular simples são necessários, no mínimo, quatro folhas de papel, uma capa de papelão e mais quatro folhas de cópia para a vítima levar consigo. Tudo isso para quê? Nada. Mas é a nossa atual estrutura... A vítima precisa do documento para adquirir outro aparelho, mas o processo mesmo vai para o arquivo - diz um policial civil, que prefere não se identificar.
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