SUA CONEXÃO

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

CASA SAUDÁVEL

"As casas são construídas para que se viva nelas, não para serem olhadas."
- FRANCIS BACON



O conceito que muitos possuem a respeito do que viria a ser uma casa saudável está bem fora da realidade. Nossa vida moderna nos condiciona ao que chamo de lei do “menos esforço”. Deixamo-nos influenciar pela “correnteza” da sociedade, como diria Nietzsche de “rebanhos”, e somos guiados por tendências, fazemos o que os meios ditam, com medo de não estarmos na moda ou sermos vistos com indiferença por aqueles que acham que estar na moda é o certo. Então nos vemos cercados por ondas de consumismo, e inconscientemente nos lançamos a comprar tudo àquilo que achamos que nos trará conforto e bem estar.

E isso se relaciona diretamente com nosso "habitat", entulhamos nossas casas de coisas, que depois de algum tempo nem sabemos por que compramos aquilo, e esses objetos ficam sem utilidade e apenas servem para acumular pó. Por vezes seguimos as influências de decoração e transformamos a nossa casa em um carnaval de cores, móveis, materiais, aparelhos eletroeletrônicos entre outros. Reformamos nossas casas, trocamos o piso, pintamos as paredes, utilizamos materiais sintéticos, instalamos aparelhos (ar condicionado, aquecedores e etc.), tudo para uma vida feliz e agradável que muitas vezes não é para nossa felicidade, mas para impressionar os outros.

Com essa mediocrização da cultura esquecemo-nos do principal, da saúde de nossa casa e consequentemente a nossa.
Não prestamos atenção no que estamos comprando e colocamos dentro de nossos lares qualquer coisa que nos dê prestígio, conforto (mesmo que esses sejam um embuste) e o principal tudo aquilo que não nos deixe fazer esforço.
E as consequências podem ser desastrosas e afetar diretamente nossa saúde e o que muitas vezes passam despercebidas por nossa ingenuidade e falta de atenção.

Em 1976 a Organização Mundial de Saúde (OMS), relacionou muitas causas de doenças a edifícios comerciais, residenciais e a qualquer ambiente que não possui ventilação natural e não consegue dispersar emissões poluentes, denominando isso como Síndrome do Edifício Doente (SED) ou "Indoor Pollution".

A indústria química lança no mercado a cada ano cerca de 1.000 novos produtos, 150 mil deles em taxas superiores a 50 mil t/ano. Só nos EUA hoje são comercializados cerca de 66 mil produtos químicos, e cerca de 45 mil deles são comercializados internacionalmente e de todos esses números assustadores apenas se conhecem os dados toxicológicos de aproximadamente 1.500 substâncias.

Em nossas casas muitos desses produtos podem ser encontrados, só a indústria da construção civil lança anualmente no mercado centenas de produtos que contém toxinas, podendo ser encontradas em tintas, solventes, pigmentos a base de metais pesados, colas, vernizes sintéticos, ladrilhos e revestimento de paredes dentre outros.
Esses produtos emitem COVs (Compostos Orgânicos Voláteis), partícula que são nocivas ao meio ambiente e aos seres humanos, os COVs estão em terceiro lugar, depois de cigarro e radônio como risco de contaminação do ar interno.

Esses compostos podem causar diversos danos à saúde, tais como problemas respiratórios, fadiga, falta de ar, dor de cabeça, náusea, danos ao sistema nervoso, ao fígado e aos rins, efeitos neurotóxicos e carcinogênicos; e ainda induzem à sensação de claustrofobia, garganta seca, nariz entupido e ardência nos olhos e alteração nos sentidos. São prejudiciais também ao meio ambiente porque sua evaporação agride a camada de ozônio.

Alguns cosméticos e fragrâncias também liberam COVs, muitos são compostos de substâncias químicas sintéticas derivadas, entre eles o formaldeído, considerado pela Environmental Protection Agency uma substância cancerígena. O formaldeído é o COV mais encontrado em ambientes internos, chegando a ser considerado por certos autores como um dos mais importantes.

Alguns produtos de limpeza também emitem COVs, detergentes, limpadores de assoalho, limpadores de forno, cloro, alvejantes, etc. Contêm petroquímicos e outras toxinas que podem causar danos ao sistema imunológico e ao cérebro.
Os principais COVs encontrados em ambientes internos são: benzeno, tolueno, etilbenzeno, xileno, formaldeído, acetaldeído.
Os COVs, podem ser encontrados ainda em tecidos com tratamentos anti-chama, nylon, vinil, carpetes, móveis de aglomerado, tapetes, estofados e espumas.

Outro fato importante a se considerar é a contaminação eletromagnética a qual podemos estar expostos, a maioria das pessoas não percebem e não possuem consciência dos males provocados pela eletricidade artificial a nível físico e mental.

Mas o que não é entendido, neste ponto é que o a maioria das pessoas nem sequer sabem que distúrbios como, insônia, irritabilidade, stress, queda de cabelo anormal, problemas de pele, conjuntivites, algumas alergias, dores de cabeça, problemas circulatórios, esgotamento ou depressão podem ocorrer devido a estarem muitas horas expostos ao campo elétrico que escapa da deficiente instalação elétrica da cabeceira da cama, as iluminarias sobre a mesa de cabeceira ou ainda mais freqüentes, os cabos que levam a corrente elétrica até o rádio-relógio, a lâmpada e outros aparelhos elétricos que nos rodeiam.
Quem trabalha com computadores ou maquinas elétricas que não estão instaladas corretamente ao fio terra, ou mesmo as dona de casa que permanecem rodeadas de eletrodomésticos plugados a uma instalação elétrica sem o fio terra, podem ver suas patologias serem agravadas por não permitir que se baixe ou reequilibre a sua bioeletricidade corporal.

O mais grave é que a maioria dos transtornos caudados pela poluição elétrica do ambiente são mascarados ou se confundem aos sintomas de outras doenças. Só em casos mais graves as pessoas muitos sensíveis suspeitam que o excesso de eletricidade no ambiente possa estar causando distúrbios.

E se somarmos a esses fatos citados anteriormente fatores como pouca iluminação natural ou insuficiente, poluição sonora, umidade e temperatura interna (excessivas, diminutas ou deficientes), cores, formas arquitetônicas, texturas e padrões desequilibrados, podemos transformar a nossa casa em um ambiente muito insalubre e nada saudável.

A Geobiologia ou medicina do Habitat se ocupa de estudar os locais e os ambientes, para saber se existe alguma influência desses fatores sobre a saúde dos moradores ou do ambiente.

Uma casa ou qualquer outro local para ser saudável deve trazer vitalidade, bem estar e conforto aos seus habitantes, deve trazer espaços abertos e fáceis de transitar (mesmo que a casa seja pequena), deixar a luz natural entrar, ventilação eficaz e encorajar a entrada de ar puro, estar sempre arrumada e limpa (nada de objetos acumuladores de pó e ácaros), umidade natural, equilíbrio de cores, texturas e padrões arquitetônicos harmônicos.

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