SUA CONEXÃO

sábado, 24 de outubro de 2009

CHEFÕES DO TRÁFICO PRESOS NO RJ FORAM TRANSFERIDOS PARA PRESÍDIO DE CAMPO GRANDE - MS

Dez chefes do tráfico presos no Rio são transferidos para presídio em Campo Grande

Antônio Werneck

Transferência de presos na Base Aérea do Galeão - Foto Guilherme Pinto / EXTRA / Agência O Globo

RIO e BRASÍLIA - Foi concluída neste sábado a operação de transferência de dez presos do Complexo Penitenciário de Bangu para o presídio federal de segurança máxima de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul. O avião que levava os presos pousou no aeroporto internacional de Campo Grande e não na base aérea, conforme o informado anteriormente.

O presidente interino da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Vladimir Rossi Lourenço, reclamou neste sábado da transferência dos de dez presos para a capital sul-matogrossense. Segundo Vladimir, que reside em Mato Grosso há mais de quarenta anos, a população do estado não pode ser o "colchão almofadado da União". Ele lembrou que em matéria de segurança pública o dever é do estado, mas a responsabilidade é de todos, como diz a Constituição:

- Está na hora de o governo construir presídios de segurança máxima em todas os estados da federação. Primeiro, para manter o preso próximo do local onde é processado e não transformar cidades tranquilas, como Campo Grande, num depositório dos fora da lei.

Os dez bandidos, todos chefes importantes do crime organizado carioca, estavam cumprindo pena em penitenciárias no município. A decisão de retirá-los do Rio foi uma resposta do governo estadual aos últimos acontecimentos . Eles foram levados em comboio - dez furgões, cada um com um criminoso -, do Complexo Penitenciário de Bangu até a Base Aérea do Galeão. São eles: Nei da Conceição Cruz, o Nei Facão; Cassio monteiro das Neves, o Cassio da Mangueira; Márcio Silva Matos, o Marcinho Muleta; Roberto Ferreira Vieira, o Robertinho do Jacaré; Jorge Alexandre Cândido Maria, o Sombra; o Marcelo Soares de Medeiros, o Marcelo PQD; Fábio Pinto dos Santos, o Fabinho São João; Ocimar Nunes Robert, o Barbosinha; Claudecyr de Oliveira, o Noquinha; e Edgar Alves Andrade, o Doca. Com exceção de Nei Facão, todos pertencem a facção que tentou invadir o Morro dos Macacos, em Vila Isabel.

Os presos transferidos vão ficar em isolamento por 20 dias, como é de praxe na penintenciária, na qual estão hoje 150 detentos, mas há capacidade para 208, cada um em uma cela.

Cabral: "Não vamos dar trégua para a bandidagem"

O governador Sérgio Cabral afirmou neste sábado, durante solenidade de formtura de 140 guarda-vidas para o estado, que "não vai dar trégua para a bandidagem" .

- Governos passados adotaram um postura cordial com o crime e a violência foi acelerando. Não vamos dar trégua para a bandidagem, nem existe mudança de rumo em nossa política. Nós avançamos no combate ao tráfico. Me criticaram quando eu pedi a compra de um helicóptero blindado para a polícia. A resposta de que realmente precisávamos está aí - afirmou.

Na penitenciária de segurança máxima de Campo Grande, os presos têm direito a duas horas de banho de sol por dia, além de visitas de familiares uma vez por semana. Também podem receber visita íntima, que dura no máximo 50 minutos. O contato com os advogados é feito apenas por parlatório, com um vidro isolando o preso e comunicação por microfone.

A transferência foi decidida depois de um pedido da Secretaria de Segurança ao Tribunal de Justiça e ao Ministério Público estadual.

De acordo com a Globonews, os presos em Campo Grande, no Mato Grosso, vivem de forma isolada, com horário de almoço e banho de sol sozinhos. O regime diferenciado impede também que os bandidos tenham contato com as pessoas de fora do presídio.

Segundo o tenente coronel Milton Corrêa, a permanência dos bandidos no presídio federal será por tempo indeterminado. Em entrevista à Globonews, ele disse que as negociações são feitas entre os governos federal e estadual e terão como resultado a defesa da sociedade.

- O estado isola assim as lideranças e corta um cordão umbilical do crime organizado. A medida da Secretaria de Segurança é correta e garante a segurança da sociedade. Temos que atacar o crime organizado no Rio e, principalmente, a liderança.

Procurado pela Polícia Federal há mais de cinco anos, o traficante Marcelo da Silva Leandro, o Marcelinho Niterói, braço direito e único bandido da quadrilha de Luis Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, que ainda está solto, cedeu bandidos para ajudar na invasão do Morro dos Macacos, em Vila Isabel.

- O que a gente tem é que o Marcelinho Niterói foi o que recebeu as ordens, inclusive atuando no Morro da Mangueira e auxiliando para a invasão no Morro dos Macacos - afirmou o tenente coronel.

Fernandinho Beira-Mar teria ordenado invasão de dentro de presídio

A ordem para que ele participasse da operação que reuniu mais de 150 criminosos de diversos morros, teria partido do próprio Beira-Mar que cumpre pena no Presídio Federal de Campo Grande. O traficante transmitiu o recado por meio de pessoas que o visitaram na prisão de segurança máxima.

Marcelinho Niterói, segundo federais, estaria escondido atualmente no Morro da Mangueira, em São Cristóvão, considerado o principal entreposto de drogas e armas da quadrilha de Fernandinho Beira-Mar. A quadrilha teria interesse em dominar o Morro dos Macacos e ainda em favelas localizadas no Complexo do São Carlos, no Estácio (comunidades de São Carlos, Zinco e Mineira); e a Favela da Rocinha, em São Conrado. O bandido já comanda a distribuição de drogas nas favelas da Providência, Mangueira e parte do Complexo do Alemão, entre outras.

Nenhum comentário:

Postar um comentário