São várias as versões da origem do termo
"cair no conto do vigário". O que todas guardam
em comum é que tem como tema
principal um golpe de esperteza e um
vigário. Uma das histórias mais conhecidas,
e defendida pela pesquisadora Denise Lotufo,
teria como palco uma disputa entre dois
vigários em Ouro Preto, ainda no século XVIII.
De acordo com Denise, tudo começou com a
disputa entre os vigários das paróquias de Pilar
e da Conceição pela mesma imagem de Nossa Senhora.
Um dos vigários teria proposto que amarrassem
a santa num burro que estava solto na rua.
Pelo plano, o animal seria solto entre as duas
igrejas. A paróquia que o burro tomasse a
direção ficaria com a imagem.
O animal foi para a igreja de Pilar, que acabou
ganhando a disputa. Mais tarde teria sido
descoberto que, o burro era do vigário
dessa igreja. Segundo a pesquisadora,
essa é uma das possíveis origens
da palavra vigarista.
O livro Os Vigários Mineiros no
Século XIII, de Lourdes Aurora
Campos de Carvalho, e Ditos e
Provérbios do Brasil, do já falecido
Luís da Câmara Cascudo, também
apresentam uma versão semelhante.
Além-mar
Mas Portugal também tem sua explicação
para a origem do termo. Segundo a série
literária Contos e Lendas de Portugal,
da pesquisadora Natércia Rocha, um
golpe aplicado no século XIX foi o
responsável pela má fama dos vigários.
Alguns malandros chegavam a cidades
desconhecidas e se apresentavam como
emissários do vigário. O grupo afirmava
que tinham uma grande quantia de
dinheiro numa mala que estava bem
pesada e que precisaria guardá-la
para continuar viajando.
Mas, como garantia, solicitavam aos
moradores da cidade uma quantia de
dinheiro para viajarem tranqüilos.
E assim desapareciam.
Quando a população abria a maleta
descobria um monte de bugigangas
sem valor.
E assim, a fama do vigária era manchada.
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