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terça-feira, 8 de setembro de 2009

COMO NÃO CAIR NO PAPO DOS CAFAJESTES

Como não cair no papo dos cafajestes

Eles estão por toda parte e parecem escolher suas vítimas a dedo. Mas será que você não está contribuindo e atraindo este tipinho?

Glycia Emrich

Foto: Getty Images

Cafajestes: aprenda a escapar deles

Segundo o Houaiss, um dos significados da palavra cafajeste é: indivíduo sem nobreza de sentimentos, com má-formação de caráter, em quem não se pode confiar; canalha, velhaco. É isso mesmo, ele é espertão e a única coisa que importa é o seu bem-estar. Cuidado, você pode ser vítima do jeitnho ‘sem-noção’ desse conhecido malandro. Conheça alguns casos.

Conto do vigário
A vendedora Gabriela Loretta, 34 anos, caiu no conto do vigário e viu a sua vida desmoronar depois que resolveu juntar as tralhas e morar com o novo namorado. Infelizmente, foi só quando passou a conviver com ele diariamente que percebeu que o cafajeste abusava (e muito) da sua boa vontade.

“Ele não fazia nada o dia inteiro. Acordava às 11h e passava a tarde toda na frente do videogame ou no computador. Não lavava um copo sequer e muito menos cuidava da manutenção da casa, como comprar comida, papel higiênico e água. Além, claro, de não se preocupar em pagar nenhuma conta. A única coisa que nunca faltava era a cerveja gelada dele na geladeira”, conta ela.

Acorda!
Às vezes, parar de engolir os problemas e fazer com que ele perceba que a vida não anda se passar o dia no sofá pode ser um bom chacoalhão. “Deixe a pia transbordar, a geladeira esvaziar e as roupas sujas dele empilhadas na lavanderia. Ele precisa perceber que você não é uma funcionária dele”, explica a psicóloga Manuela Mendes.

Quando não resolve
Mas nem sempre essa tática funciona. Muitas vezes, parar de executar algumas tarefas acaba só trazendo mais trabalho. “Tentei deixar de fazer algumas coisas, mas ficou complicado privar o meu conforto em nome da sem-vergonhice dele”, conta Gabriela.

Aí não tem jeito. Se nem com puxão de orelha e corte de água ele funciona, é melhor arrumar a mala – dele, é claro! “Muitas vezes é muito mais positivo para os dois terminar a relação ou morar separado. Esse jeito folgado e esperto causa um enorme desgaste para vocês e é muito desrespeitoso”, explica a especialista.

Só para impressionar
Para a advogada Nery C. Correa, 42 anos, a máscara do ‘cafa’ (como ela se refere a ele), caiu rapidinho. “Nas duas primeiras semanas era um romântico perfeito. Me levou para sair num restaurante super charmoso, fomos ao cinema umas quatro vezes e até me mandou flores. Mas durou só duas semanas”, conta ela.

Depois desse tempo, Nery descobriu que tudo aquilo era uma farsa. “Passou a sair todos os dias com os amigos, após o trabalho. Chegava em casa fedendo cerveja, sem disposição alguma pra ficar comigo. E isso não era um programinha eventual. Ele fazia isso nos 7 dias da semana, sem exceção. Piorava no fim de semana, quando ele saía de casa as 9h para andar de kart e voltava só depois das 23h”, relembra a advogada.


Mas o que comprovava o namorado de Nery como um cafajeste de primeira categoria era que ele sempre aparecia quando precisava de alguns favores, geralmente financeiros. “Quando o dinheiro dele acabava ou precisava de alguma ajuda, usava sempre aquele jeitinho doce dele para me convencer que ele era uma boa pessoa e precisava de mim. No começo eu sempre cedia, mas aí descobri que eu era apenas o banco 24 horas dele e terminei a relação”, relembra ela.

Avalie você mesma
Mas não adianta só ficar de olho nas aprontadas e nos golpes que ele aplica em você. Nessas horas, é tão importante quanto olhar para você mesma. “Muitas vezes a mulher permite que o homem aja com esperteza e consiga tudo o que ele quer. Você não é obrigada a ceder, a suportar e realizar todos os pedidos acompanhados com flores. Preste atenção se não é você que deixou o cara mal acostumado”, explica Manuela.

A professora de educação física Tânia Tesuki, 35 anos, achou que passaria a vida toda sendo vitima de cafajestes e até já se conformava com isso. “Meus namorados nunca prestavam. O primeiro só queria saber de sexo, o segundo só pensava no meu dinheiro e nas coisas boas que eu propiciava pra ele. Mas depois do terceiro golpe, aprendi a lição”, conta ela.

O namorado, cafajeste expert, na verdade procurava era uma babá para os filhos do casamento anterior, não uma namorada. “Ele deixava os filhos comigo e sempre inventava viagens nos fim de semana. A gota d’água veio quando ele me deixou sem notícias por uma semana, cuidando das crias dele. Não aguentei. Percebi que estava sendo usada mais uma vez e acabei com o namoro”, relembra a professora.

Para-raios
A reincidência pode não ser mera coincidência. “Veja se você não procura esse tipo de homem sem se dar conta. Há mulheres que sentem prazer inconscientemente em cuidar, e ser quase uma segunda mãe. E, claro, há muitos homens por aí procurando esse tipo de “vitima”. Ajuda profissional pode ser uma saída urgente nessa hora”, explica a psicóloga.

Tânia recorreu à análise e agora não cai mais nos golpes e nas armadilhas que ela mesma corria atrás. “Depois de começar a fazer as sessões, descobri as minhas faltas e percebi que era a pessoa perfeita para atrair esse tipo de homem. Cafajestes se aproximavam de mim porque eu também permitia e, de certa forma, queria alguém assim. Agora não caio mais. Se quer alguém pra lavar as roupas, cuidar das crianças ou dar dinheiro, mando logo voltar pra casa da mãe. Se quer só sexo e eu também estiver nessa mesma onda, ótimo. Se não, saio de fininho e vou cuidar da minha vida”, ri a professora.

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