Google Wave: primeiras impressões
Por Oliver Hautschsexta-feira, 10 de julho de 2009 Bomba! No futuro, tudo serão ondas. O Baixaki teve o privilégio de fuçar no mais novo lançamento do Google.
O Baixaki já produziu uma série de artigos falando sobre Web 2.0, computação em nuvens, a morte do email e outros assuntos relacionados às tendências de evolução da internet e da interatividade que ela proporciona aos usuários. Pois bem, a maioria das tecnologias atuais não morre, mas evolui. Suas funcionalidades são adaptadas e melhoradas para poderem ser utilizadas de uma forma que facilita não só a vida dos usuários, mas das próprias empresas e pessoas que estão por trás da criação daquilo que utilizamos no nosso dia a dia, sem ao menos nos perguntarmos como as coisas são feitas — afinal, não interessa ao usuário saber como algo é feito, desde que funcione.
Prepare-se, portanto, para fazer parte da história, pois vem aí uma ferramenta que mudará completamente os seus conceitos atuais sobre internet e a maneira como as pessoas interagem e se comunicam umas com as outras. O Google Wave ainda está engatinhando, mas será um dos responsáveis por essa mudança e, felizmente, o Baixaki colocou as mãos na versão de testes para desenvolvedores. Vamos mostrar para você aquilo que deverá tornar sua vida online muito mais fácil a partir do momento em que for lançada.
Assim, trazemos para você com exclusividade as primeiras impressões que tivemos sobre o aplicativo, bem como o que achamos que acontecerá quando a implementação do sistema estiver totalmente terminada, operacional e disponível para os usuários finais. Vale reforçar que se trata de uma inovação que agrega conceitos já conhecidos e amplamente aplicados na web, em conjunto com novas tecnologias, colocadas em prática de uma forma totalmente nova e integrada. Nas palavras do Vice Presidente de Engenharia, Vic Gundotra, na conferência “Google I/O”, “com o Google Wave, você se esquecerá que está usando o browser”, ou seja, nós não temos ideia do que é possível fazer diretamente do navegador.
O código aberto veio para ficar
O Google fez questão de manter o código do Google Wave totalmente aberto, como um apelo aos desenvolvedores interessados para que contribuam com a melhoria do sistema. Por isso, foi possível que uma minoria selecionada ao redor do mundo tivesse a oportunidade de testar o aplicativo em uma fase tão crua do desenvolvimento. Em nossos testes, pudemos ter um gostinho do que vai ser utilizar essa ferramenta revolucionária, e podemos dizer de antemão que adoramos e estamos babando para ver a versão final lançada.
Em resumo, o fato de o Google Wave ser open source significa o seguinte: o Google é proprietário da plataforma, os desenvolvedores incorporarão suas ideias ao produto, e nós, meros mortais, seremos agraciados com ferramentas cada vez melhores para tarefas corriqueiras, para aquelas que você não suporta fazer e até mesmo para o seu entretenimento.
Ideias geniais
O intuito do Google Wave é facilitar a comunicação, colaboração e interação das pessoas. Assim, por exemplo, quando você entrar no blog de um amigo e deixar um comentário, uma nova onda (ou wave) será criada na conta de usuário do seu amigo e ele poderá responder ao seu comentário sem precisar entrar no site ou blog onde você escreveu. Da mesma forma, uma wave será criada no seu Google Wave, para que você possa acompanhar as respostas aos seus comentários.
O Baixaki, por exemplo, poderia se beneficiar do Wave integrando-o ao sistema de comentários. Como? Você faria login na sua conta do Google Wave, ou na sua conta do Baixaki, postaria um comentário em um programa ou artigo e automaticamente apareceria uma nova wave na sua conta, que mostraria todos os comentários postados após o seu, permitindo que você abra discussões a respeito do tema tratado.
Agora, imagine que você tem uma série de registros, em uma série de sites diferentes. Cada um com o seu objetivo, cada um com o seu sistema de mensagens, que os visitantes poderão deixar para os usuários registrados. Imagine ter que fazer login em inúmeros sites para checar as mensagens de cada um dos serviços nos quais você possui registro. Com o Google Wave, será possível criar uma wave para cada um desses serviços, dispensando a necessidade de navegar por horas só para responder a todas as mensagens que lhe foram enviadas.
Citamos acima somente algumas das aplicações que poderão ser criadas para o Google Wave. Todos sabemos que a imaginação dos desenvolvedores costuma ir longe, e é justamente por isso que a invenção do Google é revolucionária: ela agrega novos conceitos a outros já conhecidos e os disponibiliza para que todos possam contribuir para sua melhoria. E cá entre nós, o nome “Google Wave” tem uma sonoridade simplesmente perfeita.
Brincando com coisa séria
Visualmente, o Google Wave é similar ao navegador lançado pela empresa em 2008, o Google Chrome — e podemos esperar que os novos produtos do Google tenham sempre esse desenho. Encontrar alguém que não utiliza webmail é praticamente impossível hoje em dia. Assim, nada mais inteligente do que criar uma interface parecida com aquela que já conhecemos, seja qual for o serviço de email que utilizamos. A diferença é que o Google Wave é desenvolvido em HTML 5, o que significa que o conteúdo visualizado pelo usuário é totalmente dinâmico.
O HTML 5 permite um grau de dinamismo nunca antes visto na web. Você poderá mover painéis pela tela, arrastar arquivos do seu computador, diretamente para dentro do navegador, enviando-os como anexos às suas waves, incluir mais pessoas nas conversas, simplesmente arrastando-as de sua lista de contatos, brincar com seus contatos, utilizando os jogos que forem disponibilizados diretamente da interface do Wave, além de muitas outras atividades que ainda serão incorporadas ao aplicativo.
Atualmente, na fase de testes voltada aos desenvolvedores, o Google Wave ainda é um pouco limitado, mas já podemos sentir o gostinho do que será possível fazer quando chegar o dia do lançamento da versão final. Uma das funções mais interessantes é o “Playback”, que reproduz passo a passo todas as alterações realizadas em uma Wave, independente de quais forem.
Por exemplo: digamos que você está planejando um jogo de boliche com os colegas de trabalho, na próxima sexta-feira. Você pode criar uma nova wave, adicionar todos os que serão convidados e começar a fazer os planos. À medida que você digitar, todos os membros da wave que estiverem online, verão instantaneamente o que é digitado e poderão já formular suas respostas, já que não será necessário esperar que os membros teclem ENTER para enviar a mensagem.
Se por acaso você se esquecer de incluir alguém na wave, isso pode ser feito posteriormente. O usuário recém adicionado poderá então ver todo o histórico da conversa, incluindo mensagens editas e removidas, através do botão “Playback”. Isso acrescenta ao Google Wave uma funcionalidade nunca antes vista e que tornará mais fácil a inclusão de pessoas em waves que já estiverem em progresso, sem que os usuários adicionados por último fiquem perdidos no assunto.
Integração
Quando se fala em Google, uma das palavras que pode vir às nossas cabeças é “integração”. Quem utiliza os serviços disponibilizados pela empresa sabe que todos eles são integrados, pois você pode utilizá-los em conjunto, além de ser necessário um só registro para acessar todos os serviços. Com o Google Wave a integração dará um novo passo em direção ao futuro, pois você poderá adicionar gadgets e robôes ao aplicativo, que facilitarão o modo como você interage com outros serviços.
Os gadgets são funções adicionais que poderão ser incorporadas ao sistema, como a possibilidade de publicar em um blog, diretamente do Google Wave. Robôs são participantes automáticos que podem ser adicionados às waves e interagirão com os participantes, modificando informações da wave, adicionando e removendo participantes e até criando novas waves.
Digamos que você tem uma conta no Twitter, por exemplo. Já na versão de testes do Google Wave existe um robô que permite a criação de uma wave pare que você visualize o conteúdo da sua página do Twitter sem precisar visitar o serviço, bem como enviar twits. Basta adicionat o Tweety a uma wave, digitar seu nome de usuário e senha e aguardar alguns segundos para que o Google Wave baixe o conteúdo.
Anexos de email costumam deixar muita gente de cabelo em pé, seja por erros no envio, problemas com vírus, etc. No Google Wave, você só precisará arrastar arquivos diretamente do seu Windows Explorer para dentro da wave que você desejar. Em segundos, todos os participantes da wave verão pré-visualizações dos arquivos anexados (antes mesmo de baixarem totalmente o arquivo).
Os pais da criança
O vídeo abaixo tem aproximadamente uma hora de duração. Ele foi gravado durante a conferência Google I/O e mostra todas as funções possíveis do Google Wave. O idioma falado é o inglês, mas mesmo que você não tenha um bom entendimento da língua, as imagens do vídeo serão esclarecedoras e deixarão você louquinho para testar essa novidade.
O que podemos concluir
Você pode estar chegando ao final deste texto com a sensação de que algo está faltando, e é justamente esse o sentimento que temos em relação ao Google Wave, no momento. O serviço ainda está em uma fase experimental, voltada aos desenvolvedores e, por isso, as ferramentas ainda não estão adaptadas aos usuários finais. Quanto a isso, não há o que discutir, pois o Google certamente fará as devidas adequações para que todos os usuários, dos mais avançados aos mais básicos, possam usar o recurso sem problemas.
A sensação de algo faltando é normal, já que algumas funções do aplicativo ainda não estão totalmente operacionais, outras estão parcialmente funcionando e ainda outras funcionam com alguns problemas. Mas fique ligado, pois assim que o Google liberar a versão final do Google Wave, o Baixaki estará de plantão para mostrar todas as funções, bem como ensinar você a usá-las. Aguarde!
Terminaremos este artigo com algumas perguntas, que ficarão no ar até que o produto seja totalmente completado e lançado para usuários finais.
Será que o Gmail será substituído pelo Wave?
Será que o email está fadado a evoluir para um modelo de funcionamento como o do Google Wave?
As respostas nós só podemos tentar adivinhar. Fique à vontade para dar o seu palpite no sistema de comentários.
Nenhum comentário:
Postar um comentário