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sexta-feira, 3 de julho de 2009

AUTISMO




Meu filho é autista, e agora?
Eles vivem retraídos em um mundo bem particular e parecem sentir dificuldade em se comunicar. Veja como quebrar essa barreira com muito amor e dedicação

Glycia Emrich

O nome “autismo” vem do grego “autus” e significa “si mesmo”. Crianças autistas vivem em mundo paralelo quase intransponível. Com um quadro comportamental bem particular, elas apresentam prejuízos nos relacionamentos sociais, na comunicação e na imaginação. “Esta última está associada a um padrão rígido e repetitivo de comportamento”, explica Cristiane Duarte, pesquisadora da Division of Child and Adolescent Psychiatry da Columbia University e do Departamento de Psiquiatria da Unifesp/EPM.

Apesar dos sintomas aparecerem antes de a criança completar três anos, não é tão fácil diagnosticar a doença imediatamente. “Ainda muito pequeno, o Gustavo não falava, ficava sempre muito sozinho e rejeitava qualquer tentativa de convivência social. Só aos 5 anos de idade e após frequentar inúmeros consultórios médicos é que a doença foi detectada. Um alívio e uma dor muito grande”, desabafa a funcionária pública Rosa Silveria, 36 anos.

Dentro de uma bolha
O isolamento é uma característica fundamental da criança autista. Ela prefere sempre estar só, no seu mundinho. Além disso, é comum que ela não forme relações pessoais íntimas, não abrace, evite contato de olho, resista às mudanças, seja excessivamente presa a objetos familiares e repita continuamente certos atos e rituais. “A criança pode começar a falar depois de outras crianças da mesma idade, pode usar o idioma de um modo estranho ou pode, ainda, não conseguir - por não poder ou não querer - falar nada”, explica a psicoterapeuta Maura de Albanesi, Diretora do Instituto de Psicologia Avançada AMO.

Sintomas
“Comecei a achar estranho o silêncio da minha filha. Ela tinha imensa dificuldade em entender o que eu dizia a ela e costumava repetir muitas vezes tudo o que eu falava”, conta a professora Ana Maria Algoes, 42 anos. Essa dificuldade de compreensão é comum entre as crianças autistas. “Ela pode repetir as palavras que ouve (ecolalia) e inverter o uso normal de pronomes, principalmente usando o ‘tu’ em vez de ‘eu’ ou ‘mim’ ao se referir a si própria”, explica Maura.

O que fazer?
Na hora de recorrer a algum tipo de ajuda, os familiares são peças importantíssimas para o tratamento e para a reintegração do paciente. “É importante que estejam orientados quanto à doença para que possam compreender os sintomas e as atitudes do paciente, evitando interpretações errôneas”, garante a psicoterapeuta.

Mas esse acompanhamento muitas vezes é terrivelmente doloroso para quem é mãe de um autista. “Entrei em depressão. Me sentia rejeitada pelo meu próprio filho. Queria mover o mundo para tratá-lo, mas me sentia sempre de mãos atadas. Foi um processo lento e difícil”, relembra Rosa.

As dificuldades com o cuidado de crianças autistas têm um grande impacto nas mães. “É essencial que profissionais da área de saúde estejam a par dos problemas mais comuns enfrentados pelas mães de crianças autistas, para que possam assisti-las quanto ao sofrimento que experimentam, bem como aquele de seus filhos e de suas famílias”, explica Cristiane.

A neurologista infantil e mestre em psicologia Carla Gikovate dá 5 dicas para ajudar você a estimular a atenção e a comunicação do seu filho autista:

- Parta de objetos e situações que a criança já demonstre interesse para iniciar sua interação social;

- Utilize estímulos visuais nas atividades pedagógicas e no dia-a-dia (organize o horário, mostre aonde ela vai e o que vai acontecer);

- Estruture o ambiente de forma que a criança preveja o que se espera dela em cada situação;

- Aproveite situações e horas naturalmente agradáveis para ela (banho, comida) para ensinar e trabalhar conceitos;

- Diminua o tempo que a criança fica sozinha e sem atividade.


Para saber mais
AMA – Associação de Amigos do Autista
www.ama.org.br
Tel: 11 3376-4400

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