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sexta-feira, 30 de outubro de 2009

A Owari, a Brother e o encalhe de jornais

Quanto mais escondem a notícia, principalmente as últimas relacionadas aos fatos político-policiais que abalaram as estruturas mal construídas do Centro Administrativo Municipal (CAM), mais os jornais vão sobrando nas bancas. Até os vendedores que ficam nos cruzamentos de ruas, debaixo dos semáforos, já percebem a diferença. Meu termômetro é a padaria onde tomo cafezinho e compro pão francês sempre às seis da matina. A cada dia que passa fica mais visível o quanto aumenta o montinho de jornal encalhado. Aliás, na parte que me toca, este é um dos grandes temores com o desfecho, principalmente da operação Brother, derivada da Owari. O temor de que saia do mercado um dos pãezinhos franceses mais deliciosos dos que já comi, só comparável ao da padaria na esquina de minha casa, na W-3 Norte, em Brasília. E olha que o pão francês de lá é bom demais.

Ontem a juíza Dileta Therezinha Tomás aceitou as denúncias contra os primeiros quinze denunciados na Brother, operação cujo nome foi inspirado nos irmãos Eduarte e Everaldo Dias Leite, os donos das tais padarias, de empresas terceirizadas de limpeza pública, de transporte escolar, entre outros rentáveis negócios neste área desde os tempos de Braz Melo.

A TV Morena deu a notícia ontem à noite, inclusive com a fala do promotor Paulo Zeni, que caneteou esse povo todo, não poupando "elogios" a eles. O tradicionalíssimo O Progresso manchetou hoje a matéria na capa. O Diário MS... bem, para o Diário MS, essas ilustres personalidades só são notícia na página social. Hoje tem mais dois lá. E olha que Sandro Barbara, o dono do jornal, nem foi denunciado ainda. Mas quando isso acontecer, não se assustem se o prefeito Valdecir decretar feriado, a desculpa que Alfredo Barbara, o colunista social, teria para não circular o jornal.

Quinze mais treze (os primeiros denunciados da Owari) igual a vinte e oito, para setenta e dois (o total de indiciados): quarenta e quatro, o número da mais famosa lei do Mato Grosso de antigamente. Entre os indiciados que esperam a denúncia subir ao Fórum de Dourados está Márcia Geromini (foto), a toda poderosa assessora importada de Campo Grande pelo Valdecir. Mas ela não está nem aí para o abacaxi. Quando não está curtindo a bela casa que comprou dos Uemuras, em área nobre da cidade, graças ao milagre da multiplicação do saldo de seis meses de holerite, dá seus pitacos na política, inclusive com incursões "sigilosas" a importantes gabinetes do Parque dos Poderes, o que tem deixado o mesmo Valdecir de cabelo em pé.

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