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sábado, 7 de novembro de 2009

BEBÊS INDIGENAS MORRENDO DE FOME !

Bebês morrendo de fome e nada acontece. Será que é porque são índios?

O Brasil briga por um lugar de destaque na política e na economia mundial, mas ainda permite que indiozinhos morram de desnutrição. A editora PATRÍCIA ZAIDAN passou três dias na reserva sul-mato-grossense de Dourados, ouviu muitas denúncias e não viu nenhuma preocupação em melhorar a vida das famílias indígenas, devastadas pela fome, pelo desemprego e pela desesperança

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Cinco crianças morreram de fome este ano nas aldeias Bororó e Jaguapiru, em Dourados (MS). Tinham entre 1 mês e 2 anos e estavam muito abaixo do peso. Os atestados de óbito, que apontam a desnutrição como causa, acompanhada de desidratação, infecção intestinal ou insuficiência renal, foram assinados entre 24 de janeiro e 26 de abril. Sinal de que o pólo indígena continua refém da subalimentação, que em 2005 matou 14 indiozinhos e virou escândalo nacional. Na época, o governo federal despachou para lá uma equipe de técnicos encabeçada pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome; a Câmara dos Deputados mandou uma comissão para apurar; a Fundação Nacional de Saúde (Funasa) distribuiu megadoses de vitamina A e cestas básicas. Como resultado desse esforço, no ano seguinte apenas um bebê índio morreu de desnutrição. O retorno desse fantasma ao povo guarani, dos grupos caiová e nhandeva, demonstra que o problema é mais grave e exige ações muito além da pirotecnia.

A vida nas aldeias Bororó e Jaguapiru, uma colada na outra, começa antes das 6 horas. Quem tem carroça carrega o pouco do milho e da mandioca que plantou para vender em Dourados, a 8 quilômetros, seguindo pela rodovia MS-156. Índio que não tem produção também vai para tentar um bico de pedreiro ou de doméstica. O comércio local não emprega índios. Alguns trabalham como agentes de saúde ou professores – mas só na área indígena. Outra categoria, a dos que cortam cana para as 11 usinas de álcool do entorno, recebe do agenciador 150 reais de adiantamento – é o que fica com a família, enquanto o chefe cumpre, longe de casa, o contrato que lhe renderá 2,57 reais a tonelada cortada ou, em média, 470 reais por mês. São essas as maneiras de ganhar dinheiro por ali, embora mais de 60% dos adultos não se enquadrem em nenhum desses expedientes e vivam na miséria.

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Isso se reflete na saúde das crianças. No hospital da Universidade Federal da Grande Dourados, o HU, há 27 leitos infantis. Durante a reportagem, 12 estiveram ocupados, oito por índios, todos com seqüelas da fome. Chamavam a atenção: Ronimar, 3 anos, em estado vegetativo, completando 18 meses de internação por meningite; Cleomar, 10 meses, sete no hospital, tinha se livrado da bronquiolite, mas seguia debilitado. Celso, 1 ano e 3 meses, peso de bebê de 7 meses, enfrentava fazia 26 dias uma pneumonia. Robson, 2 anos, tinha dado entrada 95 dias antes com insufiência respiratória aguda e passado por uma traqueostomia. “A desnutrição é a origem dos quadros”, diz Débora Córdoba, coordenadora da clínica pediátrica. “As crianças chegam com febre, lesões na pele, queda de cabelo, palidez, respiração rápida e difícil e, para economizar energia, muitas nem se mexem.” No Centro de Recuperação Nutricional Infantil, patrocinado pela Missão Evangélica Caiová, outras 32 crianças guaranis recebiam, internadas, superalimentação e polivitamínicos.

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Nas aldeidas vivem, segundo a Funasa, 670 crianças entre 6 meses e 2 anos. Delas, 107 apresentam desnutrição grave ou moderada e 137 estão em risco nutricional.

Uma criança sai do hospital, em geral, com peso acima da tabela. Como nada muda na vida delas, o quadro reaparece. Mateus, 5 anos, está na porta de uma taperinha coberta de plástico e não demonstra o menor apetite diante de um prato de arroz. Seus olhos não têm brilho. Em 2006, passou por uma internação. De lá para cá, nada se alterou. A mãe continua desempregada e o pai desaparecido.

Não existe água encanada. A Funasa furou poços artesianos, mas eles são insuficientes para abastecer as aldeias. É comum ver crianças levando água em vasilhames de agrotóxico encontrados nas lavouras das fazendas vizinhas. Muitas casas não contam com eletricidade. Sebastião Gonçalves vive com a família às escuras, embora seu nome figure na lista do programa federal Luz Para Todos. Os sete filhos estão doentes, sem ver carne a um tempão. Tatiana, 9 meses, chora baixinho com febre. Não há leite em pó, nem um grão de ceral na casa.

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BARBIE E IOGURTE
Também a família de Fátima Benides, com 12 pessoas, está na penúria. Eduardo, o marido, como os vizinhos, não tem trabalho. O terreno onde moram mal acomoda a casa. “Não dá para plantar nem um pé de milho”, explica. O filho mais novo, Alexandro, 1 mês, aconchega-se no colo de Andréia, 10 anos, que deveria estar na escola. “Com tanta criança, é difícil controlar quem vai à aula”, diz a mãe. Pode ser essa a razão de terem sido cortados do Bolsa-Família, que exige comparecimento para assegurar aos beneficiados 95 reais por mês. “Comemos porque pedimos esmola na cidade”, conta. A influência do centro urbano é enorme. As crianças de Fátima têm o cabelo oxigenado, uma falou em desejo de tomar iogurte, outra em ter uma Barbie, sinais de que os índios foram perdendo suas tradições e incorporando as mazelas da periferia pobre e violenta onde são inseridos. O uso de álcool e de drogas ali é alto, as tensões levam a con flitos. Nos três dias em que a reportagem esteve na aldeia, ocorreram dois assassinatos. Os autores estavam embriagados.
Há índios que perdem os benefícios para usurpadores. Na Jaguapiru, o capitão Renato Souza (capitão é uma espécie de prefeito eleito pelos moradores) denuncia: “Alguns bolicheiros (pequenos comerciantes) buscam os velhos e as viúvas em casa para que comprem só nas suas bodegas. Ficam com o cartão do INSS (que vale um salário mínimo) e dão em troca umas sardinhas”. Os índios relatam que os bo licheiros enterram os cartões dos pensionistas, e os agentes da Polícia Federal, quando dão buscas, não conseguem recuperá-los.

Marta BeBenites, uma índia calada e triste, diz que os caiovás são passados para trás também no item moradia. Com quatro filhos e marido fazendo bico a 7 reais por dia (quando os bicos aparecem), viu seu nome entre os aprovados para a casa própria. “Ela foi parar na mão de uma agente de saúde aqui da Baboró”, reclama, na tapera 721. No fogão, não há brasa acesa, as panelas foram raspadas até o fundo na véspera. Uma de suas filhas, Viviane, 1 ano e 9 meses, tem vermes e está sob risco nutricional, mas não recebe remédio. Apesar disso, o pediatra Zelik Trajber, coordenador da Funasa, garante: “Acompanhamos 95% das crianças”. Segundo ele, há outros problemas: “Até o mês passado, acabava deslocando o meu pessoal para trabalhar em função de cestas básicas, o que tirava o foco da atividade principal, que é cuidar da saúde. A função caberá agora à Funai (Fundação Nacional do Índio)”.

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PANE NO SISTEMA
No final de 2006, o governo estadual deixou de ofe re cer 1,7 mil cestas básicas e passou a dar apoio logístico ao gover no federal, que providencia 2,3 mil cestasmensais des de a crise de 2005. A mudança desestabilizou o sistema e a fome voltou a fazer vítimas. “Além de ter um número menor de cestas, a entrega an dou atrasando mais de 30 dias”, afirma a assistente social Margarida Nicoletti, que presta serviços para a Funai. “No começo do ano, os alimentos comprados pela Companhia Na cional de Abastecimento deixaram de ser entregues em Dourados, seguindo para um gal pão do estado, em Campo Grande, a 225 quilômetros. Ali são empacotados e só depois enviados às aldeias.”

Para Zelik, no entanto, não se pode colocar tudo “na vala comum” da falta de comida. “Na reserva, não é só ela que mata. As pendências sociais são gravíssimas, nenhuma autoridade põe a mão na criminalidade, no alcoolismo – há mães alcoólatras que se esquecem de alimentar os filhos. É mais fácil cobrar duas ou três mortes por desnutrição do que criar programas estruturais que dêem ao índio possibilidade de se sustentar.” Para ele, cesta básica é o tipo de ajuda emergencial que ali es tá virando eterna. Os pacotes, com 44 quilos de alimentos, entre eles óleo, arroz, feijão, fubá, leite em pó e macarrão, custam, segundo Zelik, 138 mil reais por mês, 1,656 mi lhão de reais por ano. “Daria para contratar 35 agentes agrícolas, como temos os de saúde, e ainda oferecer sementes e equipa mentos. Cada agente orientaria um grupo de 70 famílias, ensinando técnicas de plantio.”

Sebastião Arce, líder na Bororó, estende a análise: “O governo ignora que estamos amontoados. Os índios trombam uns com os outros, isso só gera confusão e mor te”. Mato Grosso do Sul reúne o maior número de índios, depois do Amazonas. Caiovás e nhandevas são os grupos com o menor espaço, o que explica a concentração de conflitos de terra. Bororó e Jaguapiru somam 3,6 mil hectares, ideal para 300 pessoas – mas ali vivem 11,5 mil. “Precisamos de terra para plantar e não de arroz no saquinho”, diz Arce

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EXPULSOS DA TERRA
As dificuldades se intensificam há 90 anos, desde que o Serviço de Proteção ao Índio (SPI) criou a reser va e dirigiu para lá diferentes tekohas, famílias expandidas que se agrupavam conforme tradições religiosas, culturais e agrícolas, como conta o livro CONFLITOS DE DIREITOS SOBRE AS TERRAS GUARANIS KAIOWÁ NO ESTADO DO MATO GROSSO DO SUL (ED. PALAS ATHENA). Ao juntá-las sem critérios, o SPI apro ximou também adversários. Ainda foram agregados índios que tiveram suas lavouras queimadas por fazendeiros ou perderam suas terras para projetos agrícolas do governo. Hoje, Bororó e Jaguapiru estão ilhadas por fazendas de soja e de cana. Na visão de Arce, houve mais um golpe: o fechamento da rádio co munitária. “Povo sem comunicação enfraquece. Nós sabemos que lin guagem atinge as mães. A gente informava sobre saúde, avisava o dia de va cina, fazia campanha contra dro gas e contra o suicídio dos jovens, que não têm lazer nem com quem con versar.” O índio diz que se sen tiu “um pássaro ferido” quando a rá dio foi lacrada, há três anos, a pedi do de um deputado federal. “Ele tinha medo de que, em guarani, desaconselhássemos o voto nele.” Por todos esses desacertos, a morte está de volta à rotina dos pequenos índios pela mais arcaica das causas: a barriga vazia.

Fonte: Revista Cláudia

NOTA: QUEDE AS AUTORIDADES ?... QUEDE O RESPEITO AO SER HUMANO ?

QUEDE A VERGONHA NA CARA EM DEIXAR QUE ISSO ACONTEÇA ?

QUEDE ESSE PRESIDENTE LULA DA SILVA QUE MAIS UMA VEZ VAI DIZER QUE NÃO SABE DE NADA ?

QUEDE OS GOVERNADORES, PREFEITOS, OS POLÍTICOS QUE ENGANAM O POVO PROMETENDO COISAS QUE NÃO IRÃO, JAMAIS FAZER ?

SE FOSSE NA FAMILIAZINHA DELES, JÁ TERIAM DADO UM JEITINHO NÉ ? CAMBADA DE SAFADOS E SEM VERGONHAS, QUE ROUBAM O DINHEIRO PÚBLICO E SE FAZEM NA VIDA. QUEM PODERIA ESTAR VENDO ISSO ERA A PRIMEIRA DAMA QUE SÓ GASTA MILHÕES EM CARTÕES DE CRÉDITO E JAMAIS FEZ NADA EM AJUDAR O PAÍS E, NEM SERVIU OU SE DEU AO TRABALHO PARA AJUDAR PESSOAS CARENTES.

COMO DIZ JOSÉ LUIZ DATENA :

" ME AJUDA AÍ Ô !"

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