Fila para alugar imóveis atinge quatro meses; confira os cuidados antes de fechar negócio
Mariana Sant'Anna
Alugar um imóvel é um objetivo importante e, ultimamente, cada vez mais demorado. Uma recente pesquisa da Lello Imóveis mostrou que a fila para alugar imóveis de um e dois dormitórios em São Paulo chega a quatro meses. Assim, na hora de fechar o negócio se torna cada vez mais preciso tomar uma série de cuidados que muitas vezes um "inquilino de primeira viagem" pode nem imaginar.
De fazer uma inspeção completa até verificar o imposto de renda antes de assinar o contrato, a lista é longa, mas necessária para quem quer evitar problemas depois da mudança.
Os cuidados começam já na hora de procurar o imóvel. “A primeira coisa é definir a região e o quanto vai poder gastar com o aluguel e o condomínio. Isso faz com que o inquilino evite perder tempo vendo imóveis que não estão dentro do seu perfil”, recomenda a coordenadora institucional da Pro Teste – Associação Brasileira de Defesa do Consumidor, Maria Inês Dolci.
Em tempos onde a espera pode chegar a meses, no entanto, cumprir essas exigências pode não ser fácil. "muitas vezes quem tem pressa para alugar acaba abrindo mão de algumas das suas exigências”, diz Roseli Hernandes, gerente geral da Lello. Segundo ela, o inquilino às vezes acaba aceitando um imóvel de dois dormitórios em vez de um, por exemplo, ou um apartamento que precisa de algum tipo de reparo.
AFP |
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Noite e dia
Depois de escolhido o imóvel, o advogado especialista em direito imobiliário Luiz Octávio Augusto Rezende, da Berti e Rezende Advogados, recomenda visitá-lo durante o dia e à noite para conhecer a iluminação e também a vizinhança. “Assim é possível descobrir se a região é barulhenta à noite por causa da presença de algum bar na vizinhança, por exemplo”, recomenda o advogado.
Roseli, da Lello, recomenda atenção também para detalhes, como se há feira na rua do imóvel, se a vaga de garagem é de tamanho suficiente para o carro da família e se os cômodos comportam a mobília que eles já têm. “Já vi negócios ótimos serem cancelados porque um móvel não cabia no novo apartamento”, diz.Na hora da negociação, segundo o advogado Rezende, é essencial se certificar de que está alugando o imóvel com o proprietário ou algum procurador, e não negociando com alguém que não tenha autoridade para isso. Em caso de imóvel que faça parte de divisão de bens em caso de herança ou divórcio, ele recomenda que o inquilino se certifique de que a parte que ficar com o bem no final da partilha não vai querer usá-lo para moradia, ou pode ser obrigado a se mudar.
Antes da mudança, ele também recomenda uma boa vistoria nas condições do imóvel. “Ela deve integrar o contrato e será usado na hora do fim do contrato, para conferir as condições da casa ou do apartamento”, explica. Evite contas pendentes
Luiz Octávio Rezende |
Já a forma de pagamento do aluguel deve ser escolhida e, de preferência, constar em contrato. As maneiras mais comuns são por meio da imobiliária, pela rede bancária e com depósito em conta corrente. “No caso do depósito em conta, a emissão do recibo deve constar em contrato para evitar confusões caso o proprietário do imóvel não localize o dinheiro no extrato bancário”, alerta. E, se não houver previsão de emissão do recibo, o locador não tem obrigação de fazê-lo.
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