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quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Aumenta número de casos de violência sexual contra jovens Um levantamento da secretaria de Saúde mostra que dos casos de violência atendidos em serviç

Um levantamento da secretaria de Saúde mostra que dos casos de violência atendidos em serviços públicos, 38% são contra crianças e adolescentes. A violência sexual representa 30% dos casos.

Mas é possível descobrir que alguma coisa está errada analisando o comportamento, as brincadeiras e os desenhos das crianças.

Nem sol nem casinha. Os desenhos aqui, feitos por meninas de oito a doze anos, vítimas de violência sexual dão uma idéia do que se passa na cabeça delas.

A garota de 12 anos vê o mundo sem cor depois da violência que sofreu de um pedreiro que estava trabalhando na casa da família.

Outra menina, também de 12 anos desenhou o padrasto que abusou dela num túmulo.

Nesse outro, a criança de oito anos, violentada pelo marido da avó faz a própria justiça. O agressor, atrás das grades. Ela feliz. E um comentário: bem feito!

Médicas e psicólogas que trabalham num hospital, referência no atendimento à vítima de violência, dizem que muitas vezes a criança fica em silêncio porque tem medo do agressor.

"Muitas vezes ele fala que se ela contar para alguém, ele vai matar a mãe, a mãe é o que esta criança tem de mais especial, de mais importante em sua vida, e aí isso faz com que ela se cale e não conte para ninguém", comenta Daniela Pedroso, psicóloga do Serviço de Violência Sexual.

Nem sempre as crianças conseguem desenhar. Falar então, é ainda mais difícil, mas segundo especialistas, elas sempre dão algum sinal de que algo não vai bem. Mudam o comportamento e é aí que os pais precisam ficar mais atentos.

A criança fica agressiva. Passa a maltratar animais, destruir brinquedos. Vai mal na escola e mostra que tem medo de ficar sozinha com adulto. Além disso, tem atitudes regressivas: volta a fazer xixi na cama, pede mamadeira, quer dormir com os pais.

Foram esses sinais que despertaram a atenção de uma mãe. Um vizinho chamou o filho dela, de 10 anos para dar uma pipa e abusou dele no banheiro. O menino parou de comer, não brinca mais, tem medo de tudo.

"Ele não entra no banheiro sozinho, tenho que dar banho, ele já é uma criança de 10 anos, tenho que por a roupa, então ele precisa de ajuda!", diz a mãe.

Não há dúvida de que ele precisa de ajuda e a primeira coisa a fazer é procurar um acompanhamento médico. Os psicólogos afirmam que mesmo depois de viver um trauma como esse, a criança que recebe tratamento pode voltar a ter uma vida normal.


Fonte: Jornal Hoje

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