Frei acusado de abusar de menina de 13 anos depõe em Santa Catarina
PORTO ALEGRE - O frei Ângelo Chiarelli, de 64 anos, será ouvido nesta sexta-feira pela juíza Cristina Lerch Lunardi, a partir das 14h, no Fórum de Rio do Sul, no Vale do Itajaí, Santa Catarina. Ele foi preso em flagrante em junho passado e responde por crime de atentado violento ao pudor contra uma adolescente de 13 anos.
O frei foi preso depois de dois meses de investigações policiais. Ele foi surpreendido no apartamento da Paróquia Divino Espírito Santo, no Bairro Canoas, onde morava. Na hora do flagrante, estava no quarto e a menina, deitada na cama dele. Ela estava sem jaqueta e o frei com o zíper da calça aberto. Em depoimento, a menina contou que se relacionava com o padre havia dois anos.
Chiarelli disse ter sido "seduzido" pela garota. "A menina me assediou tanto, a menina deu tanto em cima de mim, a menina me pressionou, eu fui seduzido, eu fui bobamente levado por ela", afirmou Chiarelli.
O religioso disse ainda não ter sentido prazer quando acariciava a menina porque "o prazer é espiritual". Exames mostraram que o ato sexual não foi consumado. "Eu tinha controle, eu sabia que nunca ia acontecer nada, eu sabia. Por quê? Porque eu não tenho mais ereção, por causa de problema de próstata, eu não tenho mais, não posso mais ficar com mulher, não posso nem mais pensar em sexo", confessou o frei.
Segundo a polícia, no celular dele tinha várias mensagens de teor amoroso e obsceno que ele mandava para a adolescente.
O depoimento ocorrerá a portas fechadas porque o processo corre em segredo de Justiça. Além do réu, estarão presentes advogado de defesa e Ministério Público.
Desde o dia do flagrante, Chiarelli está detido no Presídio Regional de Rio do Sul. O advogado do frei, Jeremias Felsky, chegou a dizer que a prisão em flagrante havia sido ilegal porque Chiarelli não estava cometendo nenhum crime no momento em que foi detido. A defesa entrou com dois recursos junto ao Tribunal de Justiça. Na primeira, o advogado pediu o relaxamento da prisão em flagrante. Na segunda, tentou o habeas corpus. Os dois recursos foram negados pela Justiça.
A mãe de uma menina que tinha contato com o frei também prestou depoimento nesta terça. Segundo ela, a filha recebia mensagens de Chiarelli via celular.
- Percebi, às vezes, que alguma coisa tinha de errado, as mensagens que ele mandava no celular. Ele disse em uma mensagem que era para ela dormir bem e sonhar com ele. A gente ficou perplexo, porque isso não é uma coisa que um padre manda para uma criança, "sonhar comigo". Sonhe com Deus, sonhe com os anjinhos, mas não sonhar com ele - disse a mãe.
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