SUA CONEXÃO

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

RADIALISTA PEDÓFILO FOI SOLTO POR LIMINAR !

TJ-MS concede liminar e solta radialista suspeito de pedofilia
Jacqueline Lopes


O TJ-MS (Tribunal de Justiça) de Mato Grosso do Sul concedeu há pouco liminar e determinou a soltura do radialista BJ, Clodoaldo Justiniano de Souza, de Jardim, detido no presídio da cidade desde o dia 20 de agosto. A decisão é do desembargador João Carlos Brandes que acatou os argumentos dos advogados de defesa do suspeito investigado há três meses pela Polícia Civil do município.

“BJ tem residência, primariedade e há também o princípio da presunção da inocência. Ele vai ser solto nas próximas horas. Ficou misturado com os presos e vamos futuramente cobrar por isso”, frisa a advogada Luciana Abou Ghattas.

Ao Midiamax ela disse que ainda não há condições de analisar as provas recolhidas pela polícia, pois o inquérito está em fase de elaboração e segundo ela, informações não têm sido repassadas.

O caso

Em abril, três crianças de 12, 13 e 8 anos teriam sido convidadas para fazer fotos em promoção da Rádio Laguna em abri deste ano, na cidade de Jardim, a 265 quilômetros de Campo Grande. Com a promessa das meninas receberem um book, fotos foram feitas. A mãe da criança de 8 anos reparou uma mudança no comportamento da filha e levou o caso à polícia.

Por conta da suspeita de atentado violento ao pudor, um dos nomes mais conhecidos do município de 24 mil habitantes foi colocado em suspeita por pedofilia. ‘BJ’, foi preso.

No fim da tarde de 20 de agosto, quando ele foi buscar a esposa, gerente do Banco do Brasil, no fim da tarde acabou preso em frente à agência bancária.

A delegada de polícia, responsável pela Delegacia da Mulher, Ângela Salete pediu à Justiça além da prisão a apreensão de computadores da rádio. Ela garante que tem provas suficientes contra o suspeito, mas detalhes sobre o caso estão sob sigilo.

Consta que, antes de ser preso, ele e os advogados estiveram na delegacia em busca de mais informações sobre o inquérito. A determinação da prisão e apreensão dos materiais no estúdio foi feita pela juíza da Comarca de Jardim, Eucélia Moreira Cassal.

Ao Midiamax, através do espaço ‘Comentários’, Wanderley Maciel, que seria irmão do radialista BJ endossa o argumento de suspeita de perseguição. Leia: “Sou testemunha de uma injustiça feita com meu irmão radialista e jornalista uma vez que denunciou em 1982 uma quadrilha de policiais civis que na época estava metida em roubos de carros e motos. E por perseguição devido às denuncias feitas no ar no seu programa, armaram uma para ele com testemunha e tudo. É bom que se use de prudência numa investigação dessas pode acontecer desse moço ser inocente, ou talvez culpado, mas que se apurem os fatos primeiro antes de crucificá-lo. Pode acontecer de alguém forçar qualquer rompimento do hímen para acusá-lo”.

'Responsabilidades'

O Conselho Tutelar de Jardim informou ao Midiamax que não acompanha as investigações sobre o escândalo do suposto envolvimento do radialista da cidade em caso de pedofilia. A reportagem buscou o Conselho para saber se há mais vítimas, no caso da confirmação da apuração policial, e se quis os procedimentos diante do caso, mas a resposta foi de que o Conselho Tutelar nada tem a falar sobre o caso, pois a responsabilidade é da polícia.

Segundo o artigo 131 do Estatuto da Criança e do Adolescente, entre as atribuições dos conselhos tutelares estão atender crianças, adolescentes, pais, mães ou responsáveis e aplicar medidas de proteção, encaminhar ao Ministério Público notícia e fato que constitua infração administrativa ou penal contra os direitos da criança ou do adolescente. Além disso, tomar providências para que sejam cumpridas medidas de proteção aplicadas pela Justiça a adolescentes vítimas e também aos que cometerem ato infracional. Os conselhos têm também o direito de participação na formulação da Política Municipal de Proteção Integral para Crianças e Adolescentes nas cidades.

Segundo o escritório do criminalista, presidente da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), na seccional de Mato Grosso do Sul, Fábio Trad, que acompanha o caso e a advogada Luciana Ghattas, o cliente é inocente e foi vítima de arbitrariedade. “A delegada esperou que nós saíssemos da cidade para mandar prendê-lo. Não nos forneceu informações dos autos e ainda, o BJ tem diploma e está preso junto com outros detentos”.

Alessandra Carvalho
Advogados consideram prisão arbitrária; polícia garante ter provas de abusos

Os advogados Lucas Lemos Navarro, Otávio Trad e Luciana Ghattas deverão representar contra a delegada Ângela Salete.

BJ conhece as pessoas que registraram o boletim de ocorrência policial e que foi alvo de armação pelo fato de usar a rádio como porta-voz das pessoas mais carentes e criticar políticos da região. Indagada sobre o que ele diz a respeitos dos materiais que teriam sido encontrados pela polícia no estúdio, Luciana Ghattas diz que a polícia ainda não deu informação sobre o fato e que tão logo tenha conhecimento dos autos, o cliente vai se defender.

Nenhum comentário:

Postar um comentário