MinC compra acervo de filmes da Atlântida para serem disponibilizados ao público
SÃO PAULO - O acervo da Companhia Atlântida Cinematográfica acaba de ser comprado pelo Ministério da Cultura (MinC). Os mais de 60 longas-metragens de ficção produzidos entre 1942 e 1974 - muitos estrelados pela dupla Oscarito e Grande Otelo - e as cerca de 27 horas de cinejornais serão restaurados e digitalizados pela Cinemateca Brasileira, para posteriormente serem disponibilizados ao público.
A expectativa é de que até o final deste ano parte desse material já possa ser consultado por interessados ou exibido em mostras, segundo Carlos Magalhães, diretor-geral da Cinemateca.
- Trata-se de um período em que o cinema brasileiro tinha grande aceitação popular. São filmes de linguagem simples feitos para muitos - diz o ministro da Cultura, Juca Ferreira, comemorando a aquisição do que chama de "memória da única época do cinema nacional que pode ser chamada de industrial e autofinanciada".
O valor pago pelo MinC para a compra do acervo não foi divulgado, com a justificativa de não prejudicar outras negociações em curso para a aquisição de acervos.
Entre os destaques da Atlântida, estão filmes como "Moleque Tião", "Matar ou correr", "O homem do Sputinik", "Nem Sansão nem Dalila", "Aviso aos navegantes" e "Carnaval Atlântida". O gênero predominante do lote é a popular chanchada.
Copa de 58 e encontro entre presidentes
Os cinejornais "Atualidades Atlântida", "Jornal da Tela" e "Notícias da Semana" mostram acontecimentos como a conquista da Copa de 1958 pela seleção brasileira, um encontro entre os presidentes João Goulart e John Kennedy dois anos antes do golpe militar, a inauguração de Brasília e o primeiro documentário sobre bossa nova feito no Brasil.
Os custos para restauração e digitalização do acervo da Atlântida ainda estão sendo avaliados pela Cinemateca Brasileira.
- Trata-se de um acervo vasto que abrange um período importante da história do cinema brasileiro e que foi declarado de interesse público em 2007. O material apresenta diferentes graus de conservação, e há ainda roteiros, fotografias e recortes de jornais - informa Magalhães, explicando que a Cinemateca dedica-se agora à catalogação de todo o material para depois dar início à restauração e à digitalização.
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