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domingo, 19 de julho de 2009

NEVERLAND

Michael Jackson brincava como criança em Neverland

Cantor brincava com Macaulay Culkin.

Fantástico
Um Michael Jackson de um jeito que você nunca viu: na intimidade do rancho Neverland, abrindo presentes numa noite de Natal, brincando como criança com o jovem ator Macaulay Culkin, ou fazendo guerra de perfume, numa limusine, a caminho da cidade natal.

Michael Jackson está de volta à sua cidade natal depois de mais de 40 anos. O dia é 11 de junho de 2003. Em Gary, no estado de Indiana, ninguém foi trabalhar. Não teve aula, o estádio lotou e o shopping foi obrigado a fechar.

A polícia parece acompanhar um chefe de Estado. Mas alguém já viu um governante tão amado quanto ele? De perto, o homem que está na limusine não tem pose de rei. É simples à beça: retoca a maquiagem, canta e faz piada o tempo todo. Com a guerra de perfume, Michael deixa todo mundo tonto. Menos ele – que, pelo o que contam os amigos, não tinha o olfato apurado.

O rei de alma plebeia ri da própria simplicidade. “Que coisa mais caipira! As pessoas não devem entender nada. Com todos esses helicópteros e eu vou comer frango frito numa lanchonete”, diz.

Mas antes, foi realizada uma visita à pequena casa de dois quartos onde morou uma pobre família Jackson. Na entrada, Michael mostra: "A gente ensaiava todos os dias nessa sala". No quarto, ele lembra que dormia ali com cinco irmãos.

Nas ruas, Michael Jackson parece um mensageiro divino, uma inacreditável aparição. O fã até se esquece da filmadora. Grita, se esguela e se orgulha do autógrafo. A câmera está sempre grudada em Michael Jackson.

As imagens que nunca foram exibidas publicamente em nenhum lugar do mundo - um raro acesso à intimidade do artista –saíram do arquivo do produtor Marc Schaffel. Durante cinco anos, Marc foi uma das pessoas mais próximas a Michael Jackson. Em um tempo em que o rei andava longe da música, o produtor o convenceu a fazer uma série de programas que se transformariam numa espécie de “Big Brohter” de Michael Jackson na TV americana.

“Caiu tudo por terra quando Michael foi preso em Las Vegas, em novembro de 2003”, explica Marc. O produtor conta ainda que tinha projetos também de fazer um show no Maracanã e que o megaconcerto dos Rollings Stones na Praia de Copacabana talvez não tivesse acontecido. “Estávamos negociando para ser Michael Jackson em Copacabana”, revela.

A gente volta à cidade natal de Michael Jackson que, aliás, resolveu dar uma colher de chá par a a multidão. Ele sobe no capô da limusine, faz pose e por muito pouco não cai.

O material inédito mostra também que Michael tinha um entupimento no nariz, segundo Marc Schaffel, por causa das cirurgias plásticas. Dá pra ver ainda, em detalhes, as mãos que quase sempre Michael escondia dentro de luvas.

O dia está quase no fim. Em um shopping center, as lojas fecham. Michael convida alguns sortudos para entrar. Aceita falar no telefone com a mãe de um deles: "Oi, aqui é Michael!" – e a mãe, claro, acha que é trote.

Um rapaz está a ponto de perder a cabeça. Oferece óculos escuros e pede um abraço. Michael acha graça de tanta maluquice, mas sai apressado quando o fã parece ter um ataque nervoso. Tudo isso aconteceu num único dia da vida de Michael Jackson.

Nos arquivos de Mark Schaffel encontramos ainda uma outra raridade, uma coleção de vídeos caseiros de Michael Jackson com detalhes da intimidade do artista. A maior parte das imagens foi gravada em Neverland, o rancho na Califórnia onde Michael Jackson morou de 1988 a 2005. São cenas de pura diversão de Michael Jackson adulto vivendo como criança.

É uma Neverland diferente da que visitamos na semana passada, completamente vazia: A mobília não está mais lá, não há ninguém morando na casa, mas as coisas estão bem conservadas e algumas foram mantidas, como, por exemplo, a banheira de um dos banheiros do labirinto que são os andares superiores da casa.

Nossa visita - a primeira de uma televisão brasileira - foi acompanhada pela amiga do cantor, Kellie Parker, que se hospedou em Neverland várias vezes nos anos 1990. Ela contou diversas situações que viveu ao lado de um Michael Jackson sempre sorridente e atencioso.

Kellie lembrou de, sentada na sala, ver um elefante passando pela janela. O tal elefante foi um presente da atriz Elisabeth Taylor. Na sala, agora deserta, Kellie e Michael Jackson faziam guerra de bexigas d’água. Ele gostava mesmo da brincadeira.

Michael se divertia ao lado do amigo Macauly Culkin, de 10 anos, ator do filme “Esqueceram de mim”. ”Ele gosta de se divertir como eu”, diz o cantor.

“Minha coisa favorita no mundo dos jogos, se é que se pode chamar de esporte, é a batalha de balões d'água. Eu sou o Michael Jordan das batalhas de balões d'água”, disse Michael Jackson.

Neverland tinha uma piscina, que era a do Michael Jackson. Também tinha uma banheira de hidromassagem para a criançada que vinha brincar. Em uma piscina - agora sem crianças, sem ninguém - antes rolava muita farra.

Michael não poupava dinheiro nem imaginação para criar passatempos, como um show de mágica ou uma guerra de tortas, durante uma recepção em homenagem a John Landis, o diretor do videoclipe “Thriller”.

“Eu adorei. Por mim, não terminaria nunca”, revelou Michael.

Há uma outra homenagem nos vídeos caseiros. Michael Jackson revela que sempre se inspirou em Charles Chaplin. Mais que isso: às vezes se sentia o próprio Charles Chaplin.

As imagens do produtor Marc Schaffel também trazem surpresas ao mostrar a intimidade da família Jackson. No dia de seu aniversário, o polêmico Joe Jackson ganha um presente muito gentil do filho: um barco suntuoso.

“Ele adorou”, comenta Michael.

Mesmo nos momentos de celebração, havia uma certa melancolia em Neverland. Como Michael tinha sido criado como testemunha de Jeová, não comemorava o Natal. Sua primeira festa natalina aconteceu em Neverland, proporcionada por Elizabeth Taylor.

O cantor diz que foi emocionante, mas também sentiu um pouco de culpa e, em seguida, foi chorar no quarto. Chorou, mesmo com tantos presentes – repetidos, é verdade, mas muito úteis para o tipo de brincadeira que Michael gostava.

Melancolia e solidão também estão presentes nas cenas em que ele, em seu cinema particular, assiste a imagens da infância em Gary, Indiana, a cidade onde nasceu. Michael vê os irmãos brincando na neve e comenta que ele ficava sempre de lado, fora da folia.

Na casa em Gary, eles tiravam os móveis e ensaiavam. O cantor conta que o pai estava sempre ali, na frente, conferindo se os filhos faziam tudo direito. Para provar que adorava aquilo, ele chama a atenção para o sorriso em seu rosto de menino.

Na fantasia delirante que era sua casa, o sorriso voltava sempre ao rosto do adulto. “Neverland sou eu. Ela representa a totalidade do que sou. Realmente, eu amo Neverland", ele diz.

Agora a morte do cantor solitário enterrou para sempre o sonho da Terra do Nunca.

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