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domingo, 9 de agosto de 2009

DIRA PAES DISSE QUE BRASILEIRO GOSTA DE SAFADEZAZINHA

Gramado: 'Brasileiro gosta de uma safadezazinha', diz Dira Paes

A atriz Dira Paes - Foto Edison Vara/Divulgação

Regado a uma gélida chuva, que mantém a temperatura variando entre 11 e 13 graus, o 37º Festival de Gramado abre suas atividades neste domingo com uma homenagem a uma das atrizes mais prolíficas do cinema nacional desde a década de 80, a paraense Dira Paes.

- Laurear a Dira é uma honra para o cinema brasileiro, diante do currículo e do talento que ela tem - diz o presidente do festival gaúcho, Alemir Coletto.

Dira, que está em cartaz nos cinemas brasileiros com "A festa da menina morta", elogiou o tratamento que vem recebendo de Gramado desde seus primeiros filmes. Desta vez, ela veio à mostra não concorrendo a Kikitos, mas como ganhadora de um tributo pelo conjunto dos filmes que estrelou nos últimos 25 anos.

- Ganhar uma homenagem assim deixa a gente com dois sentimentos. O primeiro é a aceitação do carinho daqueles que te prestigiam, daqueles que te julgam e daqueles que te criticam. O segundo sentimento é uma necessidade de reflexão sobre tudo aquilo que a gente passou. Eu trabalhei muitas vezes em primeiros filmes de novos diretores e fico orgulhosa ao saber que pude fazer o segundo e, às vezes, o terceiro filme desses diretores.

Embora Gramado deste domingo até o próximo dia 15 se concentrar em cinema, o tributo a Dira puxou uma discussão (inevitável) sobre televisão, por conta do sucesso de sua personagem em "Caminho das Índias", a infiel Norminha.

- Eu me sinto como uma jovem velha atriz, que sempre se surpreende com os rumos que um personagem toma. Eu nunca imaginei que a Norminha fosse ter a aceitação que teve. No começo da novela, achei que eu fosse apanhar na rua. Depois fui percebendo que não. Brasileiro gosta de uma safadezazinha, Por isso a Norminha não foi julgada - diz Dira. - Eu já fui muito feliz antes, em outros trabalhos, mas nunca tive oportunidade de dividir essa alegria com tanta gente como agora, numa novela das oito. É bom perceber que não houve julgamento de moralidade a partir da Norminha. Houve uma aceitação de seus defeitos.

Dira ainda atiçou a ala noveleira de Gramado:

- Gente, amanhã ela vai ser pega no flagra. E na terça-feira o barraco vai acontecer.

Em relação a novos compromissos com a tela grande, Dira antecipa o filme "Amazônia Caruana", de Tizuka Yamasaki, já filmado. Ela diz, ainda, acalentar forte desejo de experimentar uma incursão teatral:

- O palco está me rondando - conta Dira, que já trabalhou com realizadores radicalmente diferentes, como Cláudio Assis, Breno Silveira e Walter Lima Júnior.

- No início da minha carreira eu nunca dizia não. Achava que não tinha esse direito. Às vezes aceitei alguns filmes sabendo que o roteiro não era tão bom, mas achava que era importante fazer parte daquele projeto. Hoje, vejo que cada sim que eu disse fez de mim a atriz que sou.

Logo após o bate-papo de Dira com a imprensa, Gramado correu para a Praça de Eventos da cidade para conferir uma apresentação da Orquestra da Unisinos. Às 19h, Dira será aplaudida pela claque oficial da mostra. Em seguida, será exibido o filme de abertura do evento, "Memória do subdesenvolvimento", de 1968, numa sessão retrospectiva em tributo a um clássico cubano.

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