BRASÍLIA – A Polícia Federal indiciou nesta segunda-feira o ex-diretor de Recursos Humanos do Senado, João Carlos Zoghbi, pelos crimes de concussão, formação de quadrilha e inserção de dados falsos em sistema de informação. De acordo com o delegado Gustavo Buquer, o processo deverá ser entregue até o final desta semana ao Ministério Público e à Justiça.
O indiciamento ocorreu logo após o depoimento de Zoghbi, que durou cerca de três horas, na manhã desta segunda-feira. De acordo com a PF, o ex-diretor de Recursos Humanos do Senado pode pegar até 23 anos de reclusão pelos três crimes.
Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil |
João Carlos Zoghbi pode pegar até 23 anos de prisão pelos crimes que foi indiciado |
Para a PF, Zoghbi agiu para favorecer a Contact Assessoria de Crédito dentro do Senado. A empresa tem uma ex-babá dele como sócia e intermediou a venda de empréstimos consignados a servidores do Senado. A Contact recebeu do Banco Cruzeiro do Sul, por exemplo, R$ 2,2 milhões pelos empréstimos vendidos aos funcionários da Casa.
Em seu depoimento, Zoghbi negou qualquer favorecimento à Contact. A polícia o indagou sobre a fraude no sistema de crédito do Senado. Sindicância interna da Casa - revelada pelo jornal O Estado de S. Paulo no último dia 2 - mostrou que Zoghbi alterava a margem consignável dos funcionários para que eles pudessem contrair empréstimos acima do limite determinado de 30% do salário.
O ex-diretor já sofre um processo disciplinar no Senado que poderá levar a sua expulsão do serviço público. A expectativa agora é que funcionários da Contact também sofram indiciamento. O delegado Gustavo Buquer adiantou que outras cinco pessoas devem ser indiciadas, no entanto, não revelou os nomes.
*com reportagem de Severino Motta
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