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sexta-feira, 10 de julho de 2009

DINHEIRO APREENDIDO DOS SAFADOS DA POLITICA DE DOURADOS - MS

PF apreende também 36 veículos, a maioria é carro de luxo que está no pátio da delegacia em Dourados.
Foto: Hédio Fazan


A apreensão de R$ 500 mil durante Operação Owari foi um dos motivos que levou à quebra do sigilo fiscal

PF indiciou mais 48 pessoas a partir dos depoimentos


Marli Lange
DOURADOS – A Polícia Federal (PF) deve começar a receber documentos da Receita Federal para fazer uma varredura nas contas dos principais acusados na Operação Owari (ponto final) e que tiveram prisão preventiva decretada. Essas pessoas, que a PF não divulga os nomes, ainda estão presos na Penitenciária de Segurança Máxima Harry Amorin Costa (Phac), desde terça-feira à noite. A quantia de R$ 500 mil, apreendida durante a operação, teria sido um dos motivos da quebra do sigilo fiscal dos acusados. Por causa dessa investigação a PF ainda não sabe informar precisamente quando o inquérito será finalizado, já que é necessário juntar todas as provas. A Assessoria de Imprensa da PF informou ontem que existem ainda muitos documentos para serem analisados, fora os que ainda iriam chegar da Receita Federal. Para a realizar a operação foi escalado um grande contigente de delegados, escrivãos e peritos para tomar todos os depoimentos e analisar a grande quantidade de documentação apreendida. Além da documentação e do meio milhão em dinheiro, a PF apreendeu cheques, 36 veículos - maioria carros de luxo - e ainda três motocicletas e três armas que estavam em poder dos que tiveram prisão preventiva decretada. Na quarta-feira, menos de 24 horas após as prisões efetuadas pela Operação Owari, as 38 pessoas, entre empresários, secretários municipais, vereadores e funcionários públicos, que tiveram prisão temporária decretada, foram libertados por ordem do Tribunal de Justiça (TJ), através de um alvará de soltura coletivo autorizado pelo desem-bargador Claudionor Mi-guel Abss Duarte. De acordo com a PF, o período em que essas pessoas permaneceram detidas foi suficiente para tomar todos os depoimentos. Os interrogatórios dos 42 detidos serviram de subsídios para a PF indiciar mais 48 pessoas, que estão sendo convocadas a depor. A Assessoria de Imprensa da PF informou que até ontem, mais nenhuma pessoa havia sido indiciada, mas a expectativa é que esse número aumente conforme o andamento das investigações. Por enquanto também não há expectativa de novas prisões. OPERAÇÃO Segundo o delegado que está comandando as investigações da Operação Owari, Bráulio Galloni, o objetivo foi desarticular uma organização criminosa acusada de fraudar licitações, formação de quadrilha, agiotagem, exercício ilegal de atividade financeira, corrupção, entre outros crimes. O principal objetivo seria corromper servidores públicos e políticos para continuar a manter o grupo, que agia há cerca de 40 anos em Dourados e região, além de cidades do Paraná. A PF, que investiga a organização há dois anos, estima que a quadrilha desviou dos cofres públicos pelo menos R$ 20 milhões ao longo dos anos.

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