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terça-feira, 7 de julho de 2009

Satélite Europeu atinge menor temperatura conhecida do espaço

Satélite Europeu atinge menor temperatura conhecida do espaço


Quase todos já ouviram falar no termo zero absoluto, um temperatura tão fria em que o movimento das moléculas cessa e toda a energia de um corpo desaparece. Essa temperatura é apenas hipotética e em todo o Universo não existe nenhum corpo que apresente essa característica, mas alguns objetos chegam muito próximo dela. É o caso do observatório espacial Planck.

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Na última noite, cientistas da agência espacial europeia anunciaram que o Instrumento de Alta-Frequência, HFI, atingiu a temperatura operacional de -273.05º Celsius, tornando o instrumento o mais frio objeto conhecido no espaço, apenas 1 décimo de grau acima do Zero Absoluto de -273.15º Celsius.

A temperatura recorde foi alcançada com o emprego de um sistema passivo de resfriamento que dissipa o calor no espaço e mantém a temperatura abaixo de -230 graus. Além do sistema passivo o instrumento conta com três resfriadores ativos que baixam ainda mais a temperatura, aproximando ainda mais o valor do Zero Absoluto.

A temperatura extremamente baixa do detector é fundamental para o estudo da Radiação Cósmica de Fundo (RCF), um ruído localizado no espectro das microondas presente em todo o Universo, e que foi gerado nos primórdios de sua formação, 380 mil anos depois do Big Bang.

A RFC foi descoberta acidentalmente na segunda metade do século 20 pelos pesquisadores Arno Penzias e Robert Wilson e é considerada como uma das mais importantes descobertas da história da cosmologia, o que levou Penzias e Wilson a ganharam o Prêmio Nobel de Física em 1978.

A RCF pode ser descrita como o espectro apresentado por um corpo negro resfriado a uma temperatura de -270 graus Celsius e que corresponde à atual temperatura do Universo. Assim, para que os instrumentos consigam detectar as variações nessa radiação, os sensores precisam ser resfriados abaixo desse valor, de modo que o ruído gerado pelo instrumento não mascare os sinais captados.

Resfriados próximos ao Zero Absoluto, os sensores do observatório serão capazes de detectar variações inferiores a um milionésimo de grau, o que é comparável a medir da Terra, o calor irradiado por um camundongo na superfície da Lua. Segundo Chris Watson, gerente de operações da missão Planck junto à ESA, as atividades começarão nas próximas semanas, assim que os instrumentos estiverem calibrados.

Ilustrações: No topo, mapa construído pela sonda Wilkinson Microwave Anisotropy Probe, da Nasa, mostra a flutuação da Radiação Cósmica de Fundo. Acima, concepção artística mostra a sonda européia Planck, que estudará a Radiação Cósmica de Fundo. Crédito: Esa/Nasa.


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